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A Associação Acreditar celebra, em 2024, três décadas de dedicação a uma causa: ajudar crianças, jovens e famílias que vivem o cancro e colmatar as lacunas na área da oncologia pediátrica. 

Ana Monteiro é psicóloga e desempenha o cargo de Gestora da Região Norte na Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro Acreditar há cerca de dez anos. Ao Jornal A VERDADE, explicou que o diagnóstico acarreta “uma alteração de toda a rotina e estrutura familiar… é a mãe que deixa de trabalhar, o outro filho tem de ficar em casa de familiares, as questões emocionais e o sofrimento associado à doença” e, por isso, a Acreditar tem como missão trabalhar “o bem estar e a qualidade de vida das famílias, crianças e jovens com cancro”.  

Atualmente, a Acreditar tem sede em quatro pontos do país: Porto, Lisboa, Coimbra e Madeira. 

Quais são os apoios prestados pela Acreditar às famílias?

Receber a notícia de que há uma criança com cancro na família é “absolutamente difícil de gerir” e, por isso, a Acreditar procura iniciar o acompanhamento desde o diagnóstico e prestar apoio em diversas áreas. “Apoios sociais, económicos, que servem para as famílias terem algum apoio para continuar a pagar rendas de casa, créditos bancários, conta da luz, da água. Apoio alimentar, dirigido a famílias carenciadas, temos apoio material, empréstimos de cadeiras de rodas, compra de apoios de banho, óculos. Apoio psicológico porque somos corpo e mente, jurídico, bem como atividades, formações, saídas, para continuarem a ter uma parte lúdica”. 

Para além disso, a Acreditar procura lutar pelos direitos das famílias, nomeadamente, através do projeto “A voz dos pais” que, segundo Ana Monteiro, pretende “reunir pais de várias zonas de país para que, juntos, possam identificar as principais necessidades que existem e trabalha-las”. 

Em 2023, a Acreditar acompanhou 711 famílias.

Ao longo dos anos, várias reflexões levaram a resultados, como é o caso do alargamento dos dias de luto parental. A associação acreditou e conseguiu aumentar o luto de cinco para 20 dias, atualmente, encontram-se a batalhar pela regulamentação da lei do direito ao esquecimento que dá, por exemplo, acesso ao crédito e contratos de seguros a sobreviventes de doenças graves, como é o caso do cancro. “É uma lei importante para evitar práticas discriminatórias”, assegura Ana Monteiro. 

Para além disso, os pais esperam “ter a possibilidade de terem o mesmo rendimento depois do diagnóstico do filho, o que acontece é que a baixa paga a 65% e há uma quebra de rendimentos e um aumento da despesa, quando o rendimento desce e a despesa aumenta há um desequilíbrio que afeta e muito a família”, acrescenta. 

Associação Acreditar acomoda famílias durante o tratamento

No Porto, Coimbra e Lisboa, a Acreditar oferece estadia para os familiares das crianças e jovens com cancro, desta forma, permite aos pais estarem presentes durante todo o processo de tratamento. Na cidade do Porto, estão disponíveis 16 quartos, cada quarto acolhe duas pessoas, a mãe ou pai que acompanha a criança ou jovem e, ainda, “há possibilidade de terem mais um acompanhante. Temos capacidade para 32 pessoas, embora possamos ter mais, porque cada quarto tem mais de duas camas”, explica. 

No caso de Lisboa, a casa está em fase de conclusão de obras e verá a sua capacidade aumentar de 12 para 32 quartos. 

O papel dos barnabés 

A estas casas retornam pais, crianças e jovens que viveram o cancro na própria pele e que, hoje, estão disponíveis para “conversar e falar com quem vive a doença no presente: Somos Barnabés porque tivemos um diagnóstico de cancro até aos 25 anos. Damos voz aos que tratam o cancro por tu. Somos esperança, coragem e resiliência. Somos crianças, jovens e adultos. Somos alunos, enfermeiros, pintores e desportistas. Somos a Rita, o João e a Marta. Somos uma família onde as partilhas não têm limites”, é a mensagem deixada na página da associação.

Estas são algumas formas de ajudar a Associação Acreditar:

Porto

  • Comando Playstation5;
  • Jogos PS4;
  • LEGO para crianças e adolescentes;
  • Brinquedos e jogos;
  • Jogos de tabuleiro unissexo;
  • Pensos rápidos coloridos;
  • Fraldas incontinência tamanho L;
  • Post-its;
  • Cola (tubo);
  • Cartão-presente, no valor de 20 euros, de lojas de música, tecnologia e livros.