nino da concertina
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Desde “muito novo” que a música faz parte da vida de António Queirós, mais conhecido por Nino da Concertina. Tinha “uns cinco ou seis anos” e recorda-se de um “senhor velhinho” que passava pela casa e o chamava para ensinar a tocar cavaquinho. O tempo foi passando e o jovem de 19 anos, natural de Amarante, foi aprendendo a tocar vários instrumentos, como castanholas, bombo, flauta, guitarra, até que chegou à concertina e à estreia em palco, em 2020.

“Subi a um palco em frente a uma vasta multidão. Estava eu e dois tocadores a animar a noite. Foi a grande estreia, na altura, não como Nino da Concertina mas sim como ‘Tocata Mancelos’”, recorda.

Na área da música tem “alguns primos, mas num estilo diferente” e o tio Manuel, “um verdadeiro transmontano”, que lhe deu a primeira concertina e é uma das referências, como cantador ao desafio, para o amarantino.

O artista aprecia vários estilos musicais, mas o caminho tem sido feito pelo mais tradicional, um estilo que o “cativa muito. Sem dúvida que não há estilo igual ao popular, que é tradicional e que irei sempre manter vivo”.

A paixão pela música é dividida com a profissão de eletricista

Para Nino da Concertina, neste momento, é “um pouco difícil” viver só da música, mas será um objetivo “para cumprir” e conciliar sempre” com outras áreas de trabalho, como a de eletricista, profissão que exerce atualmente.

Como principais dificuldades de trabalhar nesta área, o jovem artista aponta para os “muitos gastos financeiros” e, por isso, não tem dúvidas que é preciso “muita luta, persistência, muita criatividade, trabalhar arduamente. Foco e luta são a chave para o sucesso”, garante.

A música tem levado o amarantino a diferentes lugares de Portugal, onde tem a oportunidade de conhecer pessoas diferentes também. Era um mundo que “não conhecia” e “incrível” será a palavra certa para descrever “cada terra, cada concelho, cada família” com que se cruza.

A vida é demasiado curta para não se arriscar e explorar

Tocar música popular e sendo jovem, Nino da Concertina já sentiu algum preconceito, motivo porque não começou mais cedo a tocar concertina. “Antigamente a concertina era tocada por pessoas mais velhas e, por isso, não era apreciada pelos mais novos. No meu caso, um dia decidi pôr esse preconceito de parte e agarrar a sério o meu sonho. E, embora ainda haja muitas pessoas com preconceito, eu não tenho“.

O jovem de 19 anos acredita que, hoje, já se valorizam “mais as tradições mais antigas” e os mais novos estão a “mostrar-se mais atraídos pelas tradições. Gostam de outros estilos de música, mas não têm medo de demostrar que também gostam do que é mais antigo. Não podemos ter medo do que os outros possam pensar. A vida é demasiado curta para não arriscar e explorar”.

Como surgiu o nome?

A expressão usada por muitos “oh Nino” deu o mote para o nome artístico, que se juntou a instrumento que “define” o artista que gosta da “pós-produção, coordenação de instrumentos, da arte de escrever e de combinar tudo até ao produto final”.

Para o artista para subir a um palco é preciso mais do que cantar e em equipa “tudo se torna mais fácil. Há dança, comédia, interação com o público. Quando estamos todos passamos confiança uns aos outros e é como se fôssemos família, tudo flui naturalmente. É uma mistura de emoções. Às vezes brincamos, como temos decisões importantes a tomar. Não é fácil, mas o que importa é no fim rirmo-nos das nossas falhas e crescermos juntos”.

A união deste grupo proporciona “duas horas de muita animação, interação, com desgarradas picantes, uma verdadeira loucura”.

Nino da Concertina quer “chegar a novos públicos”

Não desistir é o mais importante para o jovem músico que tem como sonho “conseguir chegar a novos públicos, animar o público em geral, subir a grandes palcos, ser uma referência musical, mas acima de tudo dar sorrisos a quem ouve”.

Aos seguidores, Nino da Concertina deixa o agradecimento: “Artista que é artista é feito do povo e eu sempre o serei. Obrigado a todos que nos acompanham. E não se esqueçam de estar atentos, porque temos muitas novidades a caminho.

Fotografia: Nino da Concertina