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Os apelos às dádivas de sangue têm sido constantes neste início de ano, dando conta de uma escassez de reserva. Uma realidade que para Nilza Peixoto não se assiste no apelo à dádiva de medula óssea. 

Em abril de 2022 a vida do filho mudou por completo. Aos 30 anos, Pedro Teixeira foi diagnosticado com Leucemia Mieloide Aguda. Desde então, e apesar de todas as campanhas feitas pela família e pelo município de Lousada, de onde é natural, ainda não foi possível encontrar um dador compatível com Pedro. 

A mãe, Nilza Peixoto, alerta para o grande problema dos apelos de hoje: “as notícias falam muito da doação de sangue, mas também existe escassez na doação de medula e não falam. Nós tentamos divulgar, através das redes sociais, mas não há campanhas nacionais. Muitas vezes as pessoas deslocam-se ao local onde estão a ser feitas as recolhas, mas não são interpelados para serem dadores de medula”, diz.

Esta mãe procura ajuda para o filho, mas também todos os outros que tal como ele procuram um dador. Nilza aponta responsabilidades para “quem está no terreno e nesses serviços. Por que razão a pessoa estando ali, com a boa vontade de doar, não lhes fazem essa pergunta e não explicam? Não há informação, explicações”.

Como nos diz, no contacto com os médicos, percebe que os dadores de medula óssea em Portugal são de uma faixa etária “bastante envelhecida. Não há dadores jovens e não há apelo por parte das entidades em pedir às pessoas para serem dadores. Há muita falta de informação”.

E quando o problema bate à porta, “quando temos os nossos a passar por isto, e não conseguimos fazer nada, não conseguimos falar mais alto para que nos ouçam é complicado. Como mãe custa-me”, sublinha.

Para Nilza Peixoto é importante que se aborde o tema e sensibilizar os mais jovens. “Deveria ser falado e divulgado. Doar é um ato nobre. Podemos salvar vidas com uma simples dádiva e não acarreta problemas. Há tanta falta de apelo porquê? Apelam à dadiva de sangue e porque não aproveitem a presença das pessoas e falam também da doação de medula óssea”, alerta esta mãe.

No futuro, receia “não haver ninguém” a querer doar medula óssea, que é “tão importante como doar sangue”.

Nilza Peixoto está certa de que número reduzido de dadores se deve há “falta de informação” e num país como Portugal “devia haver mais interesse pela vida humana”.

Se pretendem ser dador de medula óssea ou dador de sangue saiba como pode fazê-lo através da informação disponibilizada pelo Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST).