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Todos anseiam pelo 24 de dezembro por ser a véspera de Natal, mas para a família de Angelina Coutinho tornou-se, de forma inesperada, o dia de aniversário da sua filha. Vinte e dois anos depois, a mãe recorda o nascimento e Mariana Monteiro, a filha, partilha como é viver duas das épocas mais aguardadas durante o ano no mesmo dia.

O nascimento de Mariana Monteiro, a 24 de dezembro de 2001, foi um momento “inesperado” para toda a família, mas sobretudo para a mãe, Angelina Coutinho, que previa que o nascimento do seu primeiro bebé só acontecesse a 20 de janeiro. No entanto, devido às “tensões muito altas” e a alguma “perda de sangue”, Angelina não teve outra hipótese e o parto teve mesmo de acontecer na véspera de Natal. “Mariana nasceu prematura, com cerca de 2,150 kg e acabamos por ficar algum tempo no hospital por vários motivos”, recorda.

Em conversa com o Jornal A VERDADE, Angelina vai recordando esse dia. Na altura, o marido quis levá-la logo para a maternidade Júlio Dinis, onde estava a ser seguida, mas a mãe, pouco crente do nascimento e sem vontade de ir para o hospital na véspera de Natal, começou por dirigir-se ao Hospital do Marco com “dores de barriga”, onde a encaminharam para a maternidade. Chegou por volta das 11h00 da manhã e já não regressou para o jantar de Natal. “Quando o médico me disse que o bebé tinha de nascer naquele dia e ponto achei que estava a brincar, não quis logo acreditar. Aliás, perguntei-lhe: ‘o senhor doutor está a brincar comigo’, e ele só respondeu: ‘daqui a bocadinho vai ver a brincadeira’”, recorda, entre risos. A verdade é que por volta das 17h20, Angelina já tinha a Mariana nos seus braços, desvendando que “estava a ficar com início de uma epilepsia, comecei a inchar e claro, podíamos ter tido um final infeliz as duas, mas correu bem, acho já foi um milagre do Natal, não é?”.

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Quando se começou a aperceber de que o nascimento era de facto real, Angelina viveu um misto de emoções, felicidade por ver o seu primeiro filho nascer, mas tristeza pelo Natal que tinha idealizado e que já não iria viver. Também a família reagiu com espanto e pouco preparada para aquela boa nova. “Todos os planos foram alterados, costumamos passar o Natal todos juntos, por isso foi um bocadinho esquisito, mas o mais importante é que eu e a Mariana estavamos bem”, realça.

“Foi um Natal diferente!”, destaca. Angelina Coutinho acabou por passar a véspera e os dias seguintes no hospital e, embora o nascimento da filha, recorda esses dias com alguma amargura. “Só tinha cházinho e bolachas e a minha companhia eram mais duas mulheres que também tinham sido mães no dia 24, ainda por cima, de meninas”, confessando que deu “alguma vontade de chorar. O meu marido esteve lá, assistiu ao nascimento, mas a partir das 20h00 o hospital já não permitia visitas”. Ao fim de dois, três dias regressou a casa, mas sem a Mariana nos seus braços, que ficou algum tempo na incubadora.

Mariana foi a primeira filha de Angelina e uma “alegria enorme” para toda a família, acabando por marcar para sempre a época natalícia. À medida que Mariana Monteiro foi crescendo, as prendas foram compradas com mais antecedência. “Gosto muito de dar prendas, então comprava várias e ela ia abrindo umas de manhã, outras à meia noite… sempre foi bom ver a alegria dela, porque na verdade ninguém tem culpa de ela ter nascido nesse dia e não é por isso que tem de sair prejudicada”, partilha a mãe.

Ao Jornal A VERDADE, Mariana Monteiro, atualmente com 22 anos, confessa que nunca se importou com esse facto, no entanto a mãe recorda que, em pequenina, detestava que o bolo dela tivesse efeitos de Natal. “Tinha sempre um trenó ou algum bonequinho alusivo”, recorda. Assim, o aniversário foi sempre festejado em família, um momento que Mariana considera “ainda mais bonito, porque estava a família toda reunida e é uma altura do ano que gosto muito. Sempre recebi prendas de anos e prendas de Natal, por isso, enquanto criança, não tinha motivos para ficar magoada”.

Até hoje, continua a celebrar o aniversário só com a família e aproveita a Passagem de Ano para ver os amigos. No entanto, em 2024 o Natal e aniversário será um pouco “diferente”. Mariana Monteiro casou este ano e, por isso, irá passar o dia 24 com o marido e sogros, mas acredita que irá “correr tudo bem como é habitual”, esperando que a tradição de dar duas prendas se mantenha.