bombeiro 40 anos
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Aos 18 anos, Francisco Gomes pegou “o bichinho” de ser bombeiro e hoje, aos 60, ainda é um “vício” que tem. Esta quarta-feira, 4 de maio, assinala-se o Dia Internacional do Bombeiro e o Jornal A VERDADE foi conhecer a paixão de Francisco Gomes, sub-chefe e motorista de pesados nos Bombeiros Voluntários de Penafiel.

Já são mais de 40 anos e muitas memórias e acontecimentos marcantes que traz consigo como bombeiro voluntário. O pai já era motorista dos bombeiros e, atualmente, tem também uma herdeira: a filha, que desde os 14 anos está ligada a este mundo e hoje é bombeira de primeira. “Saindo eu, fica lá a minha filha”, confirma, acrescentando que, todas as vezes que foi promovido, a madrinha era a filha.

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Até há bem pouco tempo, às 4h00, Francisco Gomes já estava fora da cama. É vendedor de peixe ambulante e sempre que lhe pedem está disponível para poder ajudar nos bombeiros. “Estou sempre pronto”, afirma, com convicção.

Por vezes, deixa “a família em casa, os amigos”, mas garante que são compreensivos com a sua disponibilidade, até porque esta é também “a paixão” da filha. “É o vício que eu tenho”, sublinha, explicando que tem mais cinco anos para poder continuar no quadro ativo, depois, permanecerá apenas no quadro de honra.

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Aquilo que mais gosta é de auxiliar nos incêndios. “Nasci para ser bombeiro”, conta, recordando que o que mais o impressionou foi o incêndio de Pedrógão Grande. “Estive na primeira equipa a arrancar para Pedrógão Grande. Aquilo foi das coisas mais destroçadoras que vi. Ainda hoje nos lembramos daquilo. Já tive grandes situações, mas como Pedrógão Grande não, acho que nunca mais chego a ver. Na altura que fomos mobilizados foi a um domingo. Quando lá chegámos, vimos só os carros queimados na estrada, mas era chocante ver casas todas destruídas, carros, máquinas, além do monte que só se via preto, preto… Como bombeiro, foi das coisas que mais me impressionou”, lembra.

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Francisco Gomes esteve também presente no socorro às sete jovens que morreram num acidente em Penafiel, em 2009. Como era dos bombeiros mais antigos, “já estava muito mais preparado”, mas defende que, “numa situação dessas, é preciso ser muito forte”.

Nestas décadas de auxílio ao próximo, refere que a única situação que ainda não presenciou foi um parto, trabalho que, geralmente, segundo explica, é entregue às bombeiras. E sobre isso, acrescenta que “as raparigas estão a aderir muito” aos bombeiros, algo que “não era comum” até, pelo menos, há 20 anos. Além disso, agora, “há outra formação que não havia” no tempo de Francisco Gomes.

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