"Dialogus" será o primeiro espetáculo imersivo dedicado ao saxofone em Portugal e que irá explorar a temática ambiental e usar a música como ferramenta para sensibilizar para as alterações climáticas.
A ideia foi criada pelo músico profissional Luís Coelho, que há dois anos pensou criar um projeto de cunho pessoal em que pudesse unir duas áreas que gosta: "o instrumento e as alterações climáticas, um tema atual e que valorizo muito. Comecei a desenhar o projeto, a estruturar as ideias que tinha. Algumas ideias ficaram pelo caminho e as que estão para ser concretizadas foram as que pareceram mais relevantes", começa por explicar.

No entanto, trata-se de um espetáculo que "envolve algum valor" que o saxofonista, natural de Paredes, não conseguia assumir e que o levou a criar uma campanha de crowdfunding. "Conto com todo o apoio da Câmara Municipal de Paredes, que sempre me apoiou. Estão recetivos em que o espetáculo seja estreado em Paredes, mas é um montante muito grande e o município tem outros projetos para apoiar".
Luís Coelho alerta que a campanha está no valor de 5650 euros, mas "ainda estão de fora alguns valores e poderia ascender até aos oito mil euros. Por isso, o crowdfunding foi uma forma que tive de concretizar o projeto um pouco mais rápido, tentar não esperar por bolsas e estar preso a prazos. Dois anos depois pensei que não podia esperar mais e deveria avançar", explica o paredense.
Porquê associar o espetáculo às questões ambientais? É um tema que lhe diz "muito desde miúdo. As alterações climáticas não começaram agora. Lembro-me que já ouço falar desde a escola primária. Sempre foi um tema que sempre me sensibilizou e que tentei sempre incutir na minha vida e na forma de viver".

Agora, dar-lhe voz faz "mais sentido do que nunca. É um tema que continua atual e que demonstra que a arte tenta acompanhar aquilo que se passa na atualidade. Cada vez mais muitos outros artistas criam espetáculos sobre o tema. Foi uma escolha natural dentro da minha sensibilidade", garante.
Luís Coelho começou a estudar saxofone, em 2007, no Conservatório do Vale do Sousa. No ano seguinte, ingressou no Conservatório de Música do Porto e, em 2013, prosseguiu estudos superiores na Universidade do Minho. É mestre em Ensino de Música pela Universidade do Minho, terminado em 2018 e todo o percurso académico passou por Portugal.
É o primeiro músico profissional da família, mas a influência para a área surgiu através da família paterna, nomeadamente do bisavô, em que "existe uma maior quantidade de músicos amadores, associados à Banda Musical e Cultural de Paço de Sousa. A influência começou a materializar-se, naturalmente, na minha adolescência. Aí percebi que era mesmo isto que queria fazer, que era este instrumento que queria tocar ... agora estou numa fase em que tento passar o meu eu artístico para o papel e, depois, para a forma musical. No fundo, é esse o objetivo do espetáculo que criei: materializar o meu eu artístico".

A terminar a entrevista, Luís Coelho garante que a plataforma através da qual está a promover a campanha é "portuguesa, segura e extremamente fiável. Existem várias formas de contribuir - através de referência multibanco, Paypall, MBWay, transferência online - e recompensas para vários valores de apoios, está tudo discriminado na campanha. Se cada um der um euro, faz a diferença. Se as pessoas não tiverem a possibilidade de contribuir, podem fazer uma partilha. A cada 100 likes a plataforma dá 10 euros para a campanha".
Com projeto inédito e primeiro do género criado em Portugal, o músico de Paredes procura "inovar e quebrar barreiras".
A campanha de crowdfunding começou a 10 de setembro e só será financiada se Luís Coelho conseguir angariar um mínimo de 5650 euros até 8 de novembro. A 46 dias do término da mesma foram angariados 580 euros.