Uma menina de sete anos, entregue pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Felgueiras, a um tio terá sido molestada cerca de 360 vezes, ao longo de dois anos.
De acordo com o Jornal de Notícias, foram problemas graves na casa dos pais que levaram a CPCJ a confiar a menina aos cuidados de um tio paterno, que vivia em união de facto e o casal terá sido considerado idóneo, com capacidade para proporcionar uma vida estável à criança, que em 2018 passou a viver com eles.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a qual o Jornal de Notícias teve acesso, a menina terá sido violada 360 vezes em quase dois anos. "Com uma frequência de segunda a sexta-feira, em hora não apurada da madrugada, antes de o arguido sair para trabalhar e enquanto todos os habitantes da casa ainda dormiam, o arguido dirigia-se ao quarto onde dormia a vítima, tocava-lhe no corpo e retirava-lhe a roupa". Sendo que o MP acrescenta ainda que o tio usou força física para violar a criança e ameaçou-a para que não contasse a ninguém.
O silêncio foi quebrado um mês após a vítima ter voltado a passar os fins de semana em casa da mãe. Os psicólogos alertam ainda para o "impacto profundo deste trauma" que "deixa cicatrizes profundas".
O arguido está com termo de identidade e residência e será julgado no Tribunal de Penafiel por um coletivo de juízes.