Cerca de meia centena de pessoas pedalaram este domingo, 19 de janeiro, pelo Porto, numa forma de protesto contra a “sensibilidade dos automobilistas”.
O grupo de pessoas – que diariamente usa a bicicleta como meio de transportes – percorreu um percurso desde o Jardim Infante D. Henrique em direção ao Largo do Molhe, no Porto, a exigir “segurança e respeito na estrada” para evitar mortes e apelar a uma maior ação por parte dos políticos.
“Falta, primeiro, sensibilidade das pessoas, falta haver mais formação em relação às distâncias a manter dos ciclistas na estrada e falta as pessoas andarem com mais calma e respeitarem a velocidade dentro das localidades”, disse à Lusa João Araújo, acompanhado do filho menor a quem incentiva, sempre que possível, a utilizar e a ir para a escola de bicicleta.
João Araújo assumiu que as estradas “não estão desenhadas para quem caminha e para quem pedala, algo que tem de ser resolvido”, acrescentando que “as pessoas que no quotidiano usam a bicicleta não se sentem seguras na estrada”.
Uma opinião partilhada por António Gonçalves da A’Mar Pedalar. “Todos os dias nós sentimos o perigo ao utilizarmos a bicicleta, ainda que saibamos que é um meio de transporte saudável e ecológico, e também um desporto que muita gente pratica”, afirmou.
António Gonçalves apela à criação de ciclovias protegidas do trânsito automóvel, sinalização eficaz e reduzir a velocidade dentro das cidades.
A presidente da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBI), Vera Diogo, entendeu que os responsáveis políticos têm sido “pouco sensíveis, não só para quem se desloca de bicicleta, mas para quem se desloca a pé e para pessoas mais vulneráveis. As pessoas de idade e as pessoas com qualquer tipo de limitação de mobilidade estão muito condicionadas no nosso país porque os passeios não têm a largura devida e têm alturas que são difíceis para subir”, alertou.
recorde-se que no último mês morreram quatro ciclistas em incidentes rodoviários em Lisboa, Oliveira de Azeméis, Vila Nova de Famalicão e Cantanhede, entre os quais o ex-presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral.