Mariana Pinto sai do Big Brother com um sentimento agridoce. Por um lado, a jovem afirma ter vivido uma "experiência incrível" que voltava a repetir. Por outro lado, sente-se "desiludida" por "não ter orgulhado" a si e aos marcoenses. "Não fui a voz que gostaria de ter sido": é desta forma que a jovem, natural do Marco de Canaveses, descreve a sua participação no Big Brother aos 23 anos.
Tudo começou numa "brincadeira", enquanto terminava a licenciatura viu que as inscrições estavam abertas e decidiu candidatar-se. Mais tarde, começou a ficar "nervosa" quando se apercebeu que a entrada no Big Brother estava a tornar-se em algo "sério e real".

Em casa as reações foram "más. A minha mãe nunca achou que realmente ia querer entrar e o meu namorado achava que eles 'não me iam querer', por não ser o perfil de um concorrente de reality mais comum". Depois da entrada ser realmente uma possibilidade, a família de Mariana Pinto ficou em "choque", mas acabaram por "apoiar a decisão. Se não fosse o meu namorado se calhar nem tinha entrado porque era mesmo assustador".
Na casa viveu "sem comunicar com a família, sem noção das horas, e sem contactar com o mundo da internet. Parece uma simulação. A primeira semana durou uma eternidade, os dias eram muito compridos porque não tínhamos distrações, depois começou a passar mais depressa, mas foi uma experiência incrível. O mais complicado era quando perdíamos provas e não tínhamos dinheiro para comprar comida ou o anexo onde também havia pouca comida, pouca luz solar e ar reciclado".

Mariana Pinto descreve que a realidade dentro da casa é "completamente diferente" e que teve "dificuldades" com a "privação do sono. Não temos noção das horas, passava os dias em modo robot". Um dos fatores que considera ter contribuído para a sua postura dentro do jogo. Em entrevista ao Jornal A VERDADE, a jovem confessa que ficou "desiludida" consigo. "De certa forma desiludi-me porque achei que ia conseguir ser a mesma Mariana que sou cá fora. Não me expressei tanto na casa como queria e foi um erro com o qual aprendi".
No entanto, também conheceu outro lado seu. "Percebi que não gosto assim tanto de confusões e não lido assim tão bem como achava, admito que ficava muito afetada e acabava por fugir dos conflitos". Mesmo assim fica uma sensação de "falha" e, por isso, a concorrente mostra-se aberta e novos desafios. "Gostava de um dia entrar novamente e tentar mostrar uma Mariana que não fosse tão planta, como fui apelidada".

Mariana Pinto iniciou, há poucas semanas, uma vida pós Big Brother e embora considera que a ideia de um concorrente de reality já esteja a ser "desmistificada", partilha que permanece algum "receio do rótulo. Às vezes penso se algum dia me podem recusar num trabalho por ter tido esta participação...".
Atualmente, a jovem pretende terminar o Mestrado em Matemática e conciliar o trabalho que tem vindo a desenvolver nas redes sociais. "Já tinha começado a fazer o primeiro ano de mestrado, mas acabei por o 'interromper' quando entrei para o Big Brother". Em relação à internet, a jovem acredita que: "a participação pode ajudar a fazer o que realmente gosto, mas também entrei pela experiência e claro que o objetivo eram os cem mil".

A vida pós Big Brother tem sido "um bocadinho difícil. Quando saí não sabia para onde me virar. Fiquei com ansiedade em responder às mensagens e nem sei bem explicar porquê, mas era tanta coisa que nem sabia a melhor forma de responder. Ainda está a ser complicado porque não sei como corresponder às expetativas, consigo perceber que agora tenho muitos seguidores e que devo fazer as coisas de outra forma, mas ainda não estou a conseguir lidar com tudo. No fundo, era uma jovem comum e agora tenho alguma responsabilidade com as pessoas que me seguem. Existe uma vida antes e depois do Big. Acabo por ser a Mariana do Big Brother e há expetativas às quais se calhar não estou a corresponder".

Mariana Pinto acabou por deixar uma mensagem a quem a apoiou e ao novos seguidores: "Agradeço todo o apoio. É um reality, mas somos pessoas que estão a passar por situações e sentimentos que não são comuns cá fora e é óbvio que há coisas muito mais importantes no mundo para ver e estar atento, mas não deixa de ser uma experiência e é interessante ver como as pessoas lidam umas com as outras. Por mais que gostasse de ter orgulhado, principalmente, os marcoenses sei que nem a mim própria me consegui orgulhar. Não fui a voz que gostaria de ter sido, mas mesmo assim agradeço muito todo o apoio. Um beijinho a todos".