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Maria do Céu começou a dançar em idade adulta para "concretizar sonho de infância"

Redação

Dança é muitas vezes sinónimo de escapatória, liberdade, paixão, movimento, mas também quebra de estigmas. No Dia Internacional da Dança, dia 29 de abril, o Jornal A VERDADE traz-lhe o testemunho de Maria do Céu, uma mulher perto da casa dos cinquenta que iniciou o seu percurso no mundo da dança há cerca de dois anos e que garante que "nunca é tarde demais. Estou a concretizar um sonho de infância".

Durante a infância e adolescência, Maria do Céu não teve possibilidade de levar a cabo o seu sonho. "Na minha juventude não existiam estas possibilidades, não havia tantas oportunidades, sobretudo, em cidades mais pequenas como é o caso de Amarante", começa por explicar.

A vida continuou de forma natural, Maria do Céu tornou-se enfermeira, mas o bichinho da dança sempre permaneceu dentro de si e quando surgiu, finalmente, a oportunidade, dedicou-se sem pensar duas vezes "porque nunca é tarde", garante.

"Estou a concretizar um sonho da minha infância. Vamos sempre a tempo, devemos sempre viver com objetivos de vida mesmo que saibamos que poderão ser difíceis ou poderemos não os conseguir concretizar, mas devemos ter sempre esses objetivos sem dúvida alguma, perdendo os objetivos perdemos o sentido da vida", esta é a visão e o lema de vida da recente bailarina.

É nas danças de salão que se tem aventurado, normalmente, duas vezes por semana, mas em alturas de competição, a preparação pode chegar a ser diária. "Arrisquei um bocadinho e iniciei um novo desafio. Estive cerca de dois anos na academia, mas este ano letivo foi a primeira vez que entrei para fazer competição". 

Na dança encontra e vive "várias sensações ao mesmo tempo". Desde "alegria porque estou a fazer algo que gosto até à ansiedade porque algo pode não correr tão bem", mas é o sentimento de "superação" é o que mais prevalece.

"Quando se começa numa idade mais avançada existe sempre uma superação quer a nível físico quer a nível social, sentimos tudo isso naquele momento", acrescentando que "nós inibimos de iniciar este tipo de atividade porque ainda há muito estigma em relação às nossas idades, porque são desportos e as pessoas associam-nos a idade mais jovens".

Por isso, acredita que quando pudemos devemos ser uma "inspiração para outras pessoas. Não dispenso tempo para refletir sobre o que os outros pensam, gosto de me focar naquilo que quero fazer, naquilo que me sinto bem a fazer".

A Academia de Dança de Amarante foi fundada há 12 anos e tem como rostos principais Nuno Paulo e Rute Gomes, eles também profissionais e professores de danças de salão.

Diariamente realizam um trabalho em conjunto para proporcionar às pessoas de todas as faixas etárias a possibilidade de levarem a paixão da dança avante. Atualmente, a academia conta com aproximadamente 140 alunos, mas noutros tempos, sobretudo antes da pandemia, chegou a atingir a meta dos 240.

Outro objetivo dos mentores passa também por levar os alunos a participarem em concursos internacionais para que "os nossos alunos comecem a pôr as pernas outra vez em cima do palco, embora tenham todos os anos espetáculos de dança não é a mesma coisa".

Nuno Paulo e Rute Gomes mostram-se "satisfeitos" com as conquistas dos alunos. Desde os três anos e até aos 60 e poucos, os amadores e atletas têm ganho vários lugares de destaque, entre eles, a turma de alunas mais velhas de contemporânea que tiveram a maior pontuação da classificação no último campeonato ou a turma dos mais novos que têm tido resultados "abissais. Temos três alunas que foram apuradas em todas as competições e já têm atuações marcadas nos EUA e em Espanha", terminou Nuno Paulo.

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