O vereador do Partido Socialista (PS), Mário Bruno Magalhães pediu à presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses para "resistir à tentação de pagar dívidas ao Partido Socialista, através do dinheiro público dos marcoenses". A declaração do vereador, que já fez parte do executivo socialista, aconteceu no decorrer da reunião pública que decorreu na tarde desta sexta-feira.
Em causa está um concurso por mobilidade de um engenheiro informático, através de um concurso realizado em 2022, por parte da Câmara Municipal do Marco de Canaveses.
"É uma mentira com propósito. A pessoa em causa é um militante do Partido Socialista", acusou Mário Bruno Magalhães, apelando à presidente para "resistir à tentação de colocar cá (município) pessoas a quem a senhora prometeu emprego, para votar em si nas eleições internas do Partido Socialista. Nós estamos cá, eu em particular, para fazer oposição e estar atento".
Cristina Vieira refuta acusação
Em resposta, a presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses lamentou a "linguagem usada" e refutou "todas as acusações" proferidas pelo verador. Cristina Vieira respondeu ainda que "vai providenciar, enquanto presidente de câmara, medidas sobre as acusações que foram feitas pelo senhor".
Sobre o assunto da contratação do referido engenheiro informático, a autarca disse lamentar que "no dia 17 de maio de 2022, quando foi aprovada por unanimidade em reunião de câmara, a abertura deste procedimento, o senhor Mário Bruno Magalhães, que era o vereador com o pelouro dos Recursos Humanos não tivesse tomado a posição que hoje aqui foi tomada."
A autarca complementou ainda, dizendo que "todo o procedimento da abertura do concurso por mobilidade do engenheiro informático que a câmara municipal abriu, por proposta do vereador Nuno Pinto, foi analisado em reunião de câmara, esteve na Bolsa de Emprego Público, e houve entrevistas de seleção", indicando ainda que "todo o procedimento foi completamente transparente e legal, e que todos os documentos (do processo) são públicos".
PSD Marco pede esclarecimentos
No decorreu da reunião, o vereador do Partido Social Democrata (PSD), Francisco Sousa Vieira, abordou também o assunto e defendeu que "o PSD não se mete na vida dos partidos, mas o que se foi dito tem uma gravidade que merece que o PSD se pronuncie nesta reunião, quando os interesses de um partido se confundem com os interesses de um município, e eu não estou a dizer que foi isso que aconteceu.
O vereador do PSD Marco questionou depois se este assunto terá sido um dos motivos que originou a saída de Mário Bruno Magalhães do executivo socialista. "A ser verdade que o que esteja na origem deste conflito é este assunto, como foi aqui dito de certa forma, isso é mesmo muito grave e tal como a presidente disse, o PSD também vai tomar deligências como partido responsável, não podemos permitir que esta dúvida permaneça".
A autarca Cristina Vieira voltou a responder ao assunto, refutando "completamente as acusações que foram feitas pelo vereador Mário Bruno Magalhães" e indicando de novo que vai "tomar medidas sobre este assunto. Por isso é que pedi que ficasse na ata as declarações, na íntegra", concluiu.