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Pedro, Sérgio e Valter Silva são irmãos e bombeiros. Uma paixão que começou pelo pai e que já se estende aos seus filhos.

Para comemorar o Dia Nacional do Bombeiro Profissional, o Jornal A VERDADE traz-lhe o testemunho destes irmãos que têm em comum a paixão pelo salvamento.

Pedro Silva é o mais velho dos irmãos. Entrou para cadete com dez anos e garante: “o espírito voluntário nasce connosco, sempre tive aquele bichinho. O meu pai, na altura, não gostou muito da ideia de me inscrever, mas eu fui teimoso e, com a ajuda da minha mãe, lá me inscrevi”, recorda.

O irmão do meio, Sérgio Silva, entrou com nove anos e, apenas um ano depois, já estava a representar Portugal no Campeonato da Europa de Manobras. “Na altura, o Pedro já era bombeiro e eu segui-lhe as pisadas. O recurso que tínhamos para fazer amigos e para socializarmos eram os bombeiros e aqui foi crescendo uma amizade com muitos colegas que ainda hoje mantenho como amigos”, revelou.

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Já o mais novo, Valter Silva, foi “atrás” dos irmãos. “Entrei para os cadetes com dez anos, mas já frequentava o quartel, vinha sempre com eles. Hoje em dia isso já se vê pouco, mas foi assim que ganhei o bichinho”, disse.

Hoje em dia, o filho de Pedro, com 16 anos, já se encontra também na corporação. “Houve um tempo em que não podia ouvir falar dos bombeiros, se visse um pequeno incêndio tinha medo. Um dia, cheguei a casa, e ele disse que queria inscrever-se e eu lá o trouxe. Andou uns tempos com os infantes, depois vi que ele gostava mesmo e comprei-lhe a farda”, conta, orgulhoso.

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Orgulho que se estende também a Sérgio Silva, que já vê o seu filho, com apenas seis anos, nas fileiras dos infantes. “É um orgulho, tanto para mim como para a minha família”, constatou. Pai de duas filhas, Valter Silva refere que “apenas a mais nova” é que demonstra interesse em ingressar. “A mais velha não gosta, mas a mais nova já falou de entrar”, revelou.

Cada um dos irmãos fez a sua carreira como bombeiro. Pedro Silva é subchefe e mecânico da associação humanitária, sendo ele o responsável pela manutenção de todos os veículos. Já Sérgio Silva é o comandante da corporação, após ter feito toda a carreira. O mais novo dos irmãos é responsável por uma das Equipas de Intervenção Permanente (EIP) e também subchefe. “Na corporação cada um cumpre o seu papel, fora daqui não falamos de bombeiros. Temos algumas opiniões que divergem, outras que convergem, mas não são assuntos para se debaterem em família, apenas no trabalho. Fora somos irmãos, aqui somos colegas de trabalho”, disse Sérgio Silva.

Os três irmãos, fazem parte da equipa de manobras desde cadetes e, em julho deste ano, foram à Eslovênia representar Portugal, tendo conquistado a medalha de prata. “Fazemos os três a montagem de absorvos, onde tem de haver sincronização. É muito trabalho, mas é também um know-how que já temos adquiridos de muitos anos que hoje em dia nos cria menos ansiedade nas provas”, disseram os irmãos.

Os três irmãos apelaram, em jeito de conclusão, ao ingresso de mais jovens no corpo de bombeiros. “A partir de outubro vamos ter uma nova escola. Não deixem isto ir a baixo, queremos uma geração para o futuro e temos de ter alguém que continue este trabalho, porque é essencial. Venham com agrado, que nós cá estamos para os receber e ajudar no que precisarem para serem os futuros bombeiros”, concluíram.