Os dias 7 e 8 de setembro são especiais para a população católica do concelho do Mar co de Canaveses. O dia 8 é o dia do fe riado municipal que é dedicado à Nossa Senhora da Natividade do Castelinho e,
desde o dia 7, que é habitual ver pere grinos a cumprir as suas promessas em direção ao Santuário da Nossa Senhora do Castelinho, localizado na freguesia de Avessadas e Rosém.
Um dos grupo que faz "religiosamen te" a peregrinação há mais de 20 anos é o de Ana Maria Gonçalves. Todos os anos, é "sagrado" juntarem-se em frente ao quartel dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses e rumarem para o Santuário da Nossa Senhora do Casteli nho.
Tudo começou com "umas promes sas" de alguns membros do grupo e os outros decidiram acompanhar. "Estamos todos os dias juntos e decidimos ir todos, pela fé, pelo companheirismo e pela ami zade", disse a porta-voz do grupo. Agora, a peregrinação será feita "até que as pernas deixem" e a de este ano já está a ser preparada. "Saímos antes da hora do jantar. Demoramos pouco mais de uma hora a chegar e, quando chega mos, rezamos, fazemos as nossas preces, colocamos velinhas e assistimos à ceri mónia da procissão de velas. No final, va mos todos jantar", referiu.
Houve anos em que determinado membro não conseguiu fazer a peregri nação, por vários motivos, mas "ia lá ter de carro" e, ao passar pelo grupo, "era inevitável não nos emocionarmos. Pare cia que nos faltava alguma coisa", disse. Pelo caminho vão "a conversar" até chegar "à Ponte de Vilar" depois come ça a "subida, a parte mais difícil e já va mos mais calados". É habitual encontrar pessoas pelo caminho que se juntam ao grupo. "Temos tido o gosto de encontrar vários amigos e conhecidos pelo cami nho que acabam por fazer a peregrinação connosco", disse Ana Maria Gonçalves.
No regresso a casa, trazem nos braços "os doces tradicionais" que se encontram à venda nesta festa e que garantem que "não podem faltar", porque "fazem parte desta tradição que nós queremos man ter".
As sapatilhas já estão prontas para colocarem "os pés a caminho" e a certeza é de fazer "o melhor possível" para cum prir a peregrinação mais um ano. "Temos muitas histórias e recordações. São mo mentos únicos que gostamos muito de viver", disse, deixando, em jeito de con clusão, a vontade de "ver os mais novos a continuar esta tradição, que é muito bonita. É uma caminhada que nos ajuda
e que nos lava a alma".