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‘Cuba Libre’ é o nome da série portuguesa, escrita e realizada por Henrique Oliveira, que vai estar presente no Mercado de séries do Festival de Cinema de Berlim. Esta série conta a história de Annie Silva Pais, filha única do último diretor da polícia política de Salazar – a PIDE -, que se casou com um diplomata suíço e foi viver em Havana. No entanto, acaba por se apaixonar por Che Guevara e trocar a família pela revolução cubana. 

Esta produção, de seis episódios, conta com João Santana, natural de Marco de Canaveses, como diretor de produção. O Jornal A VERDADE traz-lhe uma entrevista com este marcoense que está a desbravar terreno no mundo do audiovisual.

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“O meu trabalho é de gestão de equipa, é um trabalho que envolver fazer a contratação de toda a equipa e a gestão do projeto”, começou por explicar. De acordo com João Santana, este foi “um projeto muito difícil de se fazer por vários motivos”, nomeadamente por ter sido realizado em plena pandemia da COVID-19. “A ideia inicial do Henrique sempre foi filmar grande parte em Cuba. Mas rapidamente percebemos que ia ser impossível, por causa da pandemia, principalmente em Cuba”, disse.

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Os responsáveis pela série foram colocados à frente do primeiro desafio: “conseguir trazer à vida esta história, sem ir a Cuba”. Depois, o facto de se tratar de uma série de época é também “muito desafiante”, e esta passasse em cinco épocas diferentes: anos 50, 60, 70, 80 e 90. “O Henrique também não queria mudar de atores, então tivemos de fazer uma coisa com muito pouco histórico no mercado que é pegar num ator e fazer um envelhecimento ao longo das épocas”, descreveu.

A série foi, então, gravada em Lisboa “a parte mais interior”, mas surgiu o desafio da gravação das cenas exteriores. “Foi então que um amigo do Henrique lhe falou de Cádis. Fomos lá e decidimos que queríamos gravar em Cádis as cenas exteriores, porque é uma cidade muito parecida com Havana”, constatou.

De acordo com João Santana, o financiamento disponibilizado não era suficiente, então “tivemos de encontrar formas criativas de atingirmos o melhor potencial daquilo que queríamos fazer. Esta história é tão boa e tão rica que não a poderíamos defraudar”.

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“Nas séries televisivas, se queremos ser competitivos com o mercado internacional e posicionar-mo-nos, temos de começar a ser mais exigentes na qualidade que estamos a apresentar. Foi um projeto que saiu muito do corpo e alma de toda a gente, que foi muito feliz, mas obviamente com momentos muito difíceis, quer para o elenco, quer para a equipa”, acrescentou.

A estreia da série teve “um dos melhores ratings da RTP, com uma grande cobertura e um grande interesse internacional”, o que deixa o marcoense “muito feliz”.

A escolha da série “Cuba Libre” para ser exibida no Festival de Cinema de Berlim, “um dos maiores festivais do mundo”, é vista pelo jovem marcoense como um motivo de orgulho. “Percebemos que demos imenso e que o trabalho é reconhecido. Fico muito feliz, por mim, porque também sei o que dei para que isto fosse possível, mas também por toda a equipa que esteve envolvida, por todo o esforço, por toda a capacidade criativa. É muito bom para todos, em termos profissionais, dá-nos uma força do que é o nosso percurso e na nossa carreira, mas ao mesmo tempo também fico feliz porque esta história que queremos contar vai chegar a mais gente. É uma história fascinante”, frisou.

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O jovem contou ainda que a série será distribuída “numa das principais cadeias de streaming do mundo”, não podendo revelar qual, até ao momento.

Refira-se ainda que o 73.º Festival de Cinema de Berlim decorrerá de 16 a 26 de fevereiro e a programação será anunciada no próximo dia 23.

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