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O ditado popular diz-nos que “é de pequenino que se torce o pepino” e o pequeno Dinis Reis é um dos exemplos disso. Tem apenas nove anos mas a sua paixão pela música popular portuguesa, e principalmente pela concertina, parece que nasceu com ele. Natural da freguesia de Constance, no concelho de Marco de Canaveses, este jovem artista não deixa ninguém indiferente por onde passa e faz questão de demonstrar o seu amor “pelas músicas tradicionais”.

Uma paixão que foi iniciada pela avó Glória, quando, numa ida a Fátima, decidiu “comprar uma concertina pequena por quarenta euros”. A partir daí, este amor foi crescendo. “A minha avó cantava e eu comecei a tocar, de ouvido. Ficava em frente ao espelho do quarto e tocava”, recorda o pequeno Dinis, em entrevista ao Jornal A VERDADE.

A sua avó é uma das grandes referências no que à música tradicional diz respeito. É com ela que canta e foi ela que o levou até ao Rancho Folclórico de Santa Eulália de Constance, de onde também é membro. “Lá só danço. Às vezes canto, mas gosto mais de dançar”, disse o jovem artista.

Também a mãe de Dinis se iniciou nas andanças da concertina, com o professor Marcelo Costa, que mais tarde também começou a dar aulas ao pequeno Dinis. “Ele tem uma característica diferente, é autodidata. Ele consegue tirar quase todas as músicas de ouvido, apesar de não sair na perfeição, é necessária apenas uma pequena correção. Ele tem ouvido e o tempo certo”, elogiou Marcelo.

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O professor destacou ainda o “carisma” de Dinis Reis. “Nota-se o à vontade. Ele gosta muito das músicas tradicionais portuguesas, o que não é muito normal na idade dele. Qualquer jovem, chega a minha casa e quer aprender o ‘Despacito’. O Dinis não, ele tem a capacidade de tocar esse tipo de música, mas não lhe diz nada. Gosta do tradicional, porque a avó ensina-lhe em casa. Em minha casa, aperfeiçoa o que aprende”, sublinhou.

Marcelo Costa afirmou que “ensinar o Dinis é super fácil”, porque ele aprende rapidamente. “Já é um homenzinho e porta-se bem nas aulas, o que me deixa muito feliz”, disse.

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De acordo com o músico, houve uma “transição” no que à concertina diz respeito. “Quando andava na escola, a concertina era vista como algo ‘parolo’, tudo o que era tradicional tinha essa conotação. Agora não, há imensos jovens a quererem aprender concertina”, disse, acrescentando que o facto de existirem grupos de música com jovens a tocar concertina – nomeadamente os Tradição D’ouro do qual o Marcelo Costa faz parte –  é um dos principais fatores que influenciam este fenómeno. “Acredito que o meu grupo, eu enquanto pessoa, porque sou jovem, influencia os jovens a gostarem da concertina. Criamos mais proximidade com os alunos”, disse.

Com a garantia de “continuar a tocar” o jovem Dinis tem agora mais um desafio pela frente. Depois de passar as duas primeiras fases do concurso “Acordeão D’ouro” da Praça da Alegria, da RTP1, o jovem artista tem, no próximo dia 25 de janeiro, a final do concurso. “Claro que quero ganhar, mas o importante é participar”, frisou.

Apesar disto, a certeza é que a música tradicional portuguesa continuará a fazer parte da sua vida.

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