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Quando falamos de forças militares, a imagem que nos vem à cabeça, na maior parte dos casos, é a de um homem fardado que defende a pátria. Contudo, nos últimos anos a presença das mulheres nas várias forças militares do país tem sido uma constante e a Marinha Portuguesa não é diferente. Em 2022 assinalam-se 30 anos da entrada da primeira mulher neste ramo da força armada e o Jornal A VERDADE entrevistou a jovem Diana Nogueira, de 26 anos, natural de Marco de Canaveses e licenciada em Relações Internacionais, que é subtenente na Marinha Portuguesa.

A jovem marcoense afirmou que, desde sempre, procurou inserir-se em projetos e atividades que a desafiassem, tanto pessoalmente, como profissionalmente. “A possibilidade de ingressão numa estrutura militar surgiu num momento crucial da minha vida, onde a necessidade de mudança se encontrava muito presente. Esta maravilhosa loucura, como gosto de a descrever, era algo que queria muito vivenciar por dois principais motivos: possibilidade de trabalhar na minha área de formação e integração numa estrutura militar”, disse. 

A escolha pela Marinha deveu-se, essencialmente, à sua ligação “especial” com o mar. “Recordo-me de, em miúda, ir para a praia com os meus pais e, ao invés de passar o dia a brincar na areia, o mar e a minha prancha eram os companheiros para um dia perfeito. Ao longo dos anos essa conexão não se dissipou, o que facilitou a minha tomada de decisão quando surgiu a oportunidade de ingressar nas Forças Armadas. Os 700 anos da história da Marinha Portuguesa, o modus operandi, as divisas… são aspetos com os quais me identifico e dos quais quis fazer parte”, afirmou.

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Para Diana Nogueira, o facto de existir “um verdadeiro compromisso com a profissão” e o cargo que ocupa, é uma das coisas que mais a fascina na Marinha, desde o dia do juramento de bandeira. “Identifico-me com a vida militar e sinto um empenho diário em servir o nosso país. Frequentemente sou colocada fora da minha zona de conforto e este aspeto faz-me crescer como pessoa, cidadã, militar e, principalmente, como ser humano”, destacou.

Enquanto oficial da marinha, a marcoense tem a obrigação de “ser uma pessoa competente, dinâmica, organizada e capaz de comunicar de forma estratégica. Este conjunto de competências, com as quais trabalho diariamente, têm vindo a transformar-me numa melhor pessoa e melhor profissional”, sublinhou.

De acordo com a jovem, a parte mais difícil é estar longe dos seus. “Sou uma pessoa apegada às raízes e devo confessar que estar longe da minha cidade, dos meus familiares e amigos se tem revelado uma das partes mais difíceis. Devido ao serviço, acabo por perder momentos importantes junto dos que me são especiais”, lamentou.

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Diana Nogueira destaca ainda o facto de, nos últimos 30 anos, as mulheres terem vindo a ocupar os “devidos lugares” dentro da estrutura militar. “Apesar da percentagem de militares femininos corresponder apenas a cerca de 13 por cento, tem vindo a verificar-se um aumento no número de mulheres que demonstram interesse em ingressar na Marinha. Dentro da estrutura somos todos militares, tratados de igual forma e não existe distinção entre homens e mulheres, todos temos a mesma divisa A Pátria Honrai que a Pátria vos contempla, e todos a executamos com brio e dedicação”, enalteceu.

Relativamente a missões, e apesar de considerar que, durante a sua permanência na Marinha, poderá não fazer nenhuma missão, a jovem gostaria de “embarcar numa missão de apoio humanitário e estar diretamente no terreno a prestar auxílio”, revelou.

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Por fim, Diana Nogueira deixa uma mensagem a todas as jovens que, tal como ela, têm o sonho de ingressar pela vida militar: “As oportunidades estão acessíveis a todos. Não tenham medo de arriscar, só assim se conquistam sonhos. Acreditem que apenas vocês podem criar a mudança na vossa vida”, concluiu.

Refira-se ainda que se encontra aberto o concurso até ao dia 3 de fevereiro para a Classe de Tenente, a mesma de Diana Nogueira. Saiba mais em  Concurso aberto para licenciados e mestres para ingresso na Marinha