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Na manhã desta quinta-feira, 18 de abril, os alunos da Escola Básica de Toutosa, em Marco de Canaveses, recuaram no tempo para recriar o momento do cerco do Quartel do Carmo, dirigido pelo capitão Salgueiro Maia, que levou à queda da ditadura.

A iniciativa decorreu no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril e contou com a presença e colaboração dos militares do Regimentos de Infantaria 13, de Vila Real.

A ideia da recriação surgiu pelas mãos de Elisabete Gomes, Adília (professoras de português) e por Plácido, professor de música. “No âmbito destas comemorações, temos as palestras, diferentes sensibilizações, exposições, vários trabalhos, mas sentimos que precisávamos de encontrar um momento que unisse todos em prol do mesmo objetivo que é, efetivamente, preservar e enaltecer a liberdade, e que às vezes nos esquecemos o que é”, começa por explicar Elisabete Gomes.

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Então, os três docentes decidiram pôr mãos ao trabalho e convidaram o regimento a estar presente na recriação. “Gostaram muito da nossa ideia e procuramos que todos sentissem que tinham feito parte da iniciativa. Os alunos estiveram muito envolvidos, desde a elaboração de cartazes a toda indumentária. Foi-lhes solicitado que procurassem no guarda-roupa da família. Todos fizeram um esforço enorme. Portanto, não tenho a menor dúvida que, a partir de hoje, vão estar mais sensibilizados e vão perceber a importância que este momento teve na nossa história“, garante a professora.

Depois do momento da recriação, Martim Ribeiro, do 9ºA, mostrava-se “feliz” por ter feito parte do momento e reconheceu a importância da Revolução dos Cravos para a realidade que hoje vive. “É óbvio que foi um momento marcante na nossa história. Eu olho para a forma como as pessoas viviam nessa altura e eu não conseguiria viver. Não gosto de viver sem liberdade e com injustiças”.

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Sobre a importância que os jovens dão ao 25 de abril, Martim Ribeiro considera que “umas dão mais que outras, mas não tendo vivido nessa altura acho que não dão a devida importância, porque, normalmente, nós damos as coisas por garantido. Por exemplo, quando estamos com o nariz entupido com uma constipação, tentamos respirar e não conseguimos e dizemos ‘ai tão bom que era respirar’, mas quando estamos bem não sabemos apreciar. Por isso, espero muito bem que não tenhamos de viver isso nunca mais”.

Do lado do Regimento de Infantaria 13, de Vila Real, o tenente João Amargo destacou uma iniciativa “fundamental, reportando a uma data importante da nossa história e que devemos recordar. É sempre bom e falo da minha experiência. Quando era aluno do secundário não tinha muito contacto com a vida militar, não sabia nada como funcionavam as coisas. Então, eu acho que é importante termos com a população para poderem conhecer um pouco do nosso trabalho, qual é a importância nos dias de hoje, não só em tempos de guerra, mas muitas das outras coisas que fazemos, como a ajuda à população civil na época dos incêndios. É bonito ter este contacto para podermos conversar e os alunos esclarecerem as dúvidas, até porque muitos deles, no futuro, podem querer seguir a carreira militar. É o momento ideal para tirar as dúvidas que tenham”, concluiu.