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Márcia Maia tem dedicado a vida aos animais e mostrou-se capaz de tudo por eles. Não sabe se foi a “loucura” ou a “coragem” que a levou a deixar tudo no Porto e a mudar-se para Baião, mas espera que no novo lar seja possível ganhar e dar estabilidade aos seus animais. 

“Deixei tudo, não conhecia Baião, caí cá de paraquedas” é assim que Márcia Maia descreve a sua chegada a uma terra que para si era “desconhecida”. Tudo começou no dia em que decidiu ser auxiliar de veterinária, com o passar do tempo começou a resgatar alguns animais, até que percebeu que dar “comida à bicharada” tornava-se “difícil”. Motivo que a levou em 2017 a falar com o centro hípico para realizar um projeto piloto. 

“Eles cederam-me meia dúzia de boxes, eu colocava os animais que já tinha e fazia uma espécie de mini quinta pedagógica para ver qual era o interesse por parte das pessoas e foi excelente porque ao fim de seis meses tínhamos a casa completamente lotada”, partilha.

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A par das visitas frequentes, os pedidos de socorro também se tornaram mais recorrentes. “Comecei a ter cada vez mais animais até que em 2019 o espaço tornou-se pequeno. Ao fim de quase dois anos, eu arranjei uma casa antiga de lavoura, em Matosinhos, mas era alugada, financeiramente era puxado, mas nós investimos porque pretendíamos trabalhar definitivamente ou pelo menos a contratos graduais, a verdade é que em 2020 fecharam-nos logo portas, conseguimos sobreviver à pandemia sem qualquer apoio, mas no início de 2023 percebi que não ia conseguir continuar”. Um ano que começou de forma “atribulada” e que deixou Márcia Maia e os seus animais sem casa. 

Ao fim de várias semanas sem soluções viáveis, um membro da equipa de Márcia, natural de Baião, freguesia de Valadares, falou de possíveis espaços nesta região. Durante um dia, a equipa “bateu em várias portas” e a decisão foi tomada: Márcia Maia trocou o apartamento no Porto por uma quinta em Baião. 

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Embora tenha vivido no Porto, Márcia Maia sempre foi do campo. “Isto é um projeto de vida que gosto mesmo e que considero importante. Eu tive crianças a meter as mãos no nariz dos porquinhos e a dizer ‘é verdadeiro?’, porque não conheciam a espécie”. 

Apesar de considerar que tomou a decisão “correta”, admite que está “muito assustada” devido à falta de recursos para criar condições. “A casa não está preparada para receber animais, então os nossos voluntários vieram ajudar a colocar algumas lonas, mas ainda está muito por fazer”. Durante as mudanças foram também ajudados por clientes e padrinhos com “donativos e transportes”, a quem Márcia Maia é muito grata.

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Embora as dificuldades, “distribuir os animais de forma aleatória” nunca foi uma opção viável para Márcia Maia. “Eu tenho mais de 15 animais, acolhi cavalos, burros, porcos, ovelhas, cabrinhas, todos eles com histórias diferentes. O mais incrível é que cada um deles tem um significado especial, eu conheço a história deles e cada um tem a sua personalidade” e, por isso, deixá-los é algo que a preocupa.

Para que o projeto continue em pé, Márcia Maia apela à comunidade para que se possam tornar “padrinhos dos animais” ou fazer possíveis “donativos e patrocínios. Neste momento, precisamos, sobretudo, de abrigos e materiais e mesmo de voluntários para nos ajudarem a criar casinhas”. 

O apadrinhamento pode ser feito a partir do valor de cinco euros mensais e para a quinta pedagógica esta é “a maior forma de ajuda neste momento”. Em tempos de outrora, Márcia Maia realizou festas de aniversário, recebeu visitas de escolas e famílias, atividades que espera retomar em breve. 

Para conhecer e ajudar o projeto pode consultar o seguinte link.

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