O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, visitaram, na manhã do dia 30 de setembro, o concelho de Baião, no âmbito de um conjunto de visitas a territórios que foram afetados pelos incêndios que deflagraram no norte do país em setembro.
O presidente e o primeiro-ministro chegaram a Baião de helicóptero, tendo antes sobrevoado o respetivo território do concelho, onde aproveitaram para acessar a totalidades dos danos e a área ardida nesta região.
A visita dos dois governantes consistiu numa deslocação até ao Miradouro da Portela do Gôve onde onde puderam observar mais de perto os danos das chamas que alteraram a paisagem do concelho. À espera dos líderes do país estavam várias entidades regionais e vários habitantes do concelho que tiveram a oportunidade de falar diretamente com o líder do país.
O presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, recebeu os dois governantes aquando da sua chegada ao concelho, tendo acompanhado o presidente e o primeiro ministro durante o resto das suas deslocações pelo concelho.
A visita de Marcelo Rebelo de Sousa e de Luís Montenegro a Baião foi, para o autarca, realizada “no sentido de virem ao território para verem um conjunto de situações, que apesar de tudo estão já identificadas”, explicou Paulo Pereira. Uma explicação à qual acrescentou que, nestas situações, os líderes do governo “contam muito com as autarquias”.
Uma das vítimas dos incêndios que se alastraram em Baião, Adelaide Sousa teve a chance de falar diretamente com Marcelo Rebelo de Sousa, ao qual a popular explicou os danos que sofreu durante os incêndios e sobre as suas necessidades agora que perdeu a sua primeira habitação.
“Ardeu tudo, a minha casa ardeu tudo fiquei sem nadinha”, revelou Adelaide Sousa aos jornalistas. A vítima das chamas adiantou que no seu caso só escaparam às chamas “uma camisola e umas calças mais nada, era o que trazia vestido de resto foi tudo”. A moradora aproveitou a visita dos governantes do país para deixar um apelo de ajuda ao governo, mencionando a sua necessidade de apoios do estado.
Esta visita dos órgãos do governo a Baião deixou Adelaide Sousa “um bocado mais calma”, no entanto a habitante admite ter os seus receios quanto ao futuro: “Acho que isto ainda vai demorar muito tempo”.
O Comandante dos Bombeiros Voluntários de Baião, Alexandre Pinto, também esteve presente durante a visita do presidente e primeiro ministro, tendo explicado a ambas entidades um pouco dos danos que o concelho sofreu durante o flagelo dos incêndios que afetou Baião.
“Sim é uma visita positiva, no sentido em que percebemos que o governo está atento e está próximo das populações, numa altura em que aconteceu uma calamidade aqui na nossa região. Onde temos várias habitações afetadas várias pessoas que perderam tudo e é importante para a população sentir que o governo central também está atento ao que se passa no território”, adiantou o comandante.
Além da visita a Baião, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro vão ainda deslocar-se até Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, e Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, onde vão reunir com vários autarcas.
A acompanhar o Presidente da República e o Primeiro-Ministro estão o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, da Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e do secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Ribeiro.
Os incêndios florestais e rurais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares, divididos por vários concelhos do norte e centro do país.