São milhares os marcoenses que se encontram espalhados pelo mundo fora, tendo ido à descoberta de novos países e novas culturas. Marcelo Araújo, natural de Favões, na freguesia de Bem Viver, foi um desses casos. Em entrevista ao Jornal A VERDADE admite que emigrou para a ilha de St. Barth, nas Caraíbas, após "um desafio" lançado por um primo da sua esposa.
"Encontramo-nos e estávamos a falar de trabalho e eu, na brincadeira, disse: 'só vou se me arranjares contrato'. Passado uma semana ele liga-me a dizer que me arranjou um contrato numa empresa. Fiz a mala e fui", recorda.
O primeiro mês como emigrante foi passado sozinho mas, depois desse tempo, a sua esposa juntou-se a ele. "Lá é muito complicado arranjar casa, quando consegui, a minha esposa foi ter comigo", disse.

A vida na ilha "tem sido boa", apesar de ser "um pouco pequeno". Marcelo Araújo recorda que, inicialmente, a adaptação foi um pouco difícil. "Estava habituado a fazer caminhadas e a ilha é muito pequena. Quando vou correr consigo dar a volta à ilha, facilmente", disse. Contudo, destaca a "segurança" da ilha, nomeadamente para os seus filhos, que já nasceram nas Caraíbas.
O marcoense já se encontrava em St. Barth quando a ilha foi atingida pelo furacão Irma. "A nossa casa não teve danos, apenas um dos carros ficou danificado. Mas a maior parte da ilha ficou destruída, tivemos quatro a cinco dias sem água e luz", relembrou. Apesar disto, garante que gosta de viver nas Caraíbas.
Marcelo Araújo trabalha, atualmente, como serralheiro de inox, profissão que já exercia em Portugal. "O trabalho corre bem, lá não tem nada a ver com aqui, é muito mais calmo, não há correrias", disse.
Quando questionado sobre o que mais gosta no país de acolhimento, o marcoense não tem dúvidas e responde: "é o clima. Lá ando de calções o ano todo. Já não me lembro de vestir umas calças. Só isso é muito bom".

Os seus dois filhos tanto gostam das Caraíbas como de Portugal, "principalmente de ver os avós". Da sua terra sente saudades "de ter mais espaço, principalmente para fazer caminhadas. Os primeiros anos são complicados, mas depois habituamo-nos", garantiu.
O regresso a terras lusas não está no horizonte de Marcelo Araújo, que deixa um conselho a todos os que pensam emigrar: "é uma decisão complicada, mas aproveitem, porque em Portugal não está fácil", concluiu.