Tiago é um dos jovens que frequenta a CERCIMARCO, neste caso o CACI de Alpendorada. Diagnosticado com uma síndrome rara, designada síndrome da Kaufman, o marcoense tem, segundo a mãe, um "atraso global, isto é, a nível da fala, parte motora. Em Portugal é o único caso e mesmo no mundo é uma síndrome bastante rara. Embora tenha alguma autonomia, não consegue viver sozinho e precisa de ter sempre um apoio", explica em entrevista ao Jornal A VERDADE.
Por volta dos 19 anos, Tiago ingressou na CERCIMARCO. Antes disso, frequentava a escola, mas os apoios eram diferentes. "O transporte para a escola era feito de táxi e ao final do dia regressava para casa, mas os apoios eram mais escassos. De junho a setembro não ha- via terapia ocupacional e era difícil sermos nós a levá-lo a todas as atividades. Na CERCIMARCO encontramos uma casa que nos apoia e que veio melhorar as condições de vida do Tiago e de toda a família", realça, reconhecendo que em casa não seria possível dar as condições que a instituição dá. "Seria muito complicado", reitera a mãe.
Desde cedo que inscrever o filho numa instituição era uma preocupação da família. Manuela Pereira explica que, a partir dos 18 anos, seria fundamental ele estar inscrito num local que lhe continuasse a prestar apoio. "No quarto ano o Tiago passou para uma sala de apoio e, logo aí, foi falado que, a partir dos 14 anos, teríamos de começar a pensar em inscrevê-lo em alguma instituição, porque a partir do momento em que fosse maior de idade deixaria de ter o apoio da escola", explicou.
Depois de cerca de oito anos na CERCIMARCO, Manuela Pereira continua a notar a "alegria" no rosto do filho de cada vez que vê as senhoras que o vão buscar. "Vai sempre muito contente. Ganhou certa autonomia e começou a interagir mais com as pessoas, enquanto antes era um bocadinho envergonhado", realça.
Para além da felicidade do filho, também a família encontrou um porto seguro. "Se estivesse em casa seria mais difícil adquirir novas ferramentas e melhorar capacidades que já tinha", reconhecendo que "há casos de pessoas que não têm este apoio, devia haver mais instituições. É muito importante que todos tenham esta oportunidade".
Atualmente, Tiago tem 27 anos e, felizmente, adora a CERCIMARCO. Uma alegria que é notada por toda a família e que Manuela Pereira faz questão de agradecer: "Todos são carinhosos e atenciosos. No fundo, são a segunda família do Tiago".
Facebook da CERCIMARCO