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A paixão pelos animais não esteve na base da escolha de Manuel Fonseca quando decidiu, há mais de dez anos, entrar na Associação Animarco. Mas o convívio diário com os animais fê-lo apaixonar-se pelo mundo animal, ganhar uma nova sensibilidade e, até, levar oito patudos para casa. 

Manuel Fonseca é natural da freguesia de Paredes de Viadores e Manhuncelos e já dedicou uma década da sua vida a ajudar animais indefesos. Antes de se tornar funcionário da Animarco, o marcoense trabalhava na recolha do lixo, em Cinfães. “Trabalhei seis anos, mas a empresa acabou por perder o concurso e fui obrigado a ir para o desemprego. Mais tarde, apareceu-me esta oportunidade e aproveitei porque estavam-se a avistar momentos mais difíceis. Na altura entrei só pelo trabalho e pensei que não ia ficar lá muito tempo”, confessa. Mas a vida acabou por dar uma reviravolta. “Não entrei lá por gostar de animais, gostava mas não a esse ponto, na altura foi mais o facto de precisar de um emprego, mas isto foi como quando se conhece alguém para casar, conhece-se, vai se gostando e as coisas vão se envolvendo”, explica. 

Ao longo de mais de dez anos, Manuel Fonseca foi-se apaixonando por vários patudos e, hoje, tem oito em casa. “São todos cães pequeninos e engraçados. A minha casa é vedada, por isso, têm espaço para brincar e não correm perigo de vida”. Ao final do dia, quando retorna do trabalho e despede-se dos animais da Animarco, é esperado pelos seus amigos de quatros patas no portão. “Se calhar não tenho assim pessoas à minha espera como tenho os animais”, afirma. 

Para Manuel Fonseca viver na companhia dos animais é saber que “não querem nada em troca”. Cada animal que tem em casa tornou-se “especial” e diferente dos que tem na associação. “Tenho muitos na Animarco, mas sei que a qualquer momento podem ser adotados, por isso, tento não me apegar muito. Sabemos que os animais vêm para cá e depois são adotados. A verdade é que não nos podemos agarrar muito a eles, porque podem partir a qualquer momento, mas desde que vão bem, nós também ficamos bem”. 

A adoção responsável é um dos apelos que Manuel Fonseca deixa aos leitores e chama a atenção para aquilo que considera ser uma ideia errada sobre os canis. “Isto é uma cadeia, os animais não fizeram nada para estarem numa cadeia, fechados numa box. Quando veem voluntários acabam por passear alguns animais, mas nunca todos”. Atualmente, a Animarco tem cerca de 380 cães e Manuel Fonseca garante que é preciso olhar para o canil como algo “provisório. Não é uma casa, fazemos o melhor trabalho possível, mas o canil não deve ser visto como a solução final”. 

Durante uma década, o marcoense assistiu a várias situações de abandono de animais, uma realidade que o entristece. “Fico triste quando as pessoas não têm consciência do que fazem, abandonam cães, muitas vezes, velhos e na fase em que precisam mais de nós. Aos domingos vêm cá deixar ninhadas com cachorrinhos com poucos dias e as pessoas não têm consciência, era preferível pedir ajuda e tentar resolver a situação da melhor forma. As pessoas pensam que abandonar é resolver o problema”, lamenta. 

Para terminar, o funcionário mais antigo da Animarco destaca que “a esterilização é a solução, de outra forma não conseguimos controlar” e partilha que “enquanto puder” continuará a trabalhar na Animarco: “não vejo motivos para abandonar a associação”. 

 Caso pretenda adotar um animal, ser voluntário ou pedir qualquer esclarecimento pode contactar a Associação Animarco através das redes sociais (Instagram: animarco_associacao | Facebook Animarco Associação, contacto telefónico (926 039 446) ou e-mail ([email protected]). 

Conheça os apoios prestados pelo município para adotar um animal

O Município do Marco de Canaveses, através do Centro de Recolha Oficial (CRO), e em conjunto com a Animarco, é responsável pela “Campanha Adota” que tem como objetivo sensibilizar e incentivar a adoção responsável de animais. 

Assim, as pessoas que reúnam condições para adotar um animal de estimação poderão contar com o apoio do município na esterilização, vacinação e identificação eletrónica. Para esse efeito, basta dirigir-se ao CRO ou à Animarco, a funcionar na freguesia de Vila Boa do Bispo. 

Ainda no âmbito da esterilização, a câmara tem apoios especiais para residentes, há pelo menos um ano em Marco de Canaveses, que se encontrem numa situação de “dificuldade económico-financeira”. Nos termos deste regulamento, encontra-se em situação económico-financeira difícil, a pessoa requerente beneficiária, nomeadamente, de “Complemento Solidário para Idosos; de Rendimento Social de Inserção; de Prestação Social para a Inclusão; de Pensão Social de Invalidez; de Pensão Social de Velhice; ou Fundo de Emergência Social do Município do Marco de Canaveses (FES). É ainda considerada em situação económico-financeira difícil a pessoa requerente, cujo agregado familiar possui um rendimento igual ou inferior a 0,5 IAS, o Indexante dos Apoios Sociais”, foi explicado. 

Esta medida é aplicada no caso do animal estar “devidamente identificado e possuir o respetivo registo no SIAC (Sistema de Informação de Animais de Companhia), possuir o boletim sanitário com a vacinação antirrábica válida e estar devidamente licenciado na junta de freguesia de residência do titular. Os interessados devem preencher um requerimento, juntar a documentação pedida, e enviar tudo para o email [email protected] ou entregar o requerimento presencialmente na secretaria do município”.