Uma centena de homens, 22,52 metros de altura e cerca de uma tonelada e meia de peso são os ingredientes daquele que é considerado pelo Livro de Recordes do Guiness o maior andor do mundo. Este domingo, dia 14 de agosto, voltou a sair às ruas, na Romaria em honra da Senhora Aparecida, no concelho de Lousada, depois de dois anos de paragem devido à pandemia.
“O pessoal já estava desabituado, parece que vai custar um bocadinho mais. Parece que estamos a começar de novo”, comenta Armando Coelho, responsável pela estrutura e manutenção do andor desde que tem esta altura, mas é desde os 15 anos que participa na romaria.
“É um orgulho enorme! Nasci aqui, vivo aqui, conheci sempre isto. É uma festa com muito bairrismo. No dia da festa ninguém fica em casa. É uma coisa de muita responsabilidade, junta milhares e milhares de pessoas e é preciso muita força para os homens que vão lá por baixo, que são quem sofre. Além de ser um andor muito grande, o itinerário da procissão, que anda mais ou menos duas horas, é muito acidentado, tem bastante inclinação, que é o que dá o valor à procissão. Normalmente, o que fá mais força ao pessoal são as palmas. Quando está para chegar o andor parece que pesa 50 quilos, parece que há um motor a puxá-los, com o apoio do público”, acrescenta.
“Este é o ex-libris da nossa terra. Trabalhamos um ano inteiro e estávamos ansioso por voltar à normalidade. Este é um gosto enraizado em todos os aparecidenses, sendo o ponto alto a procissão”, sublinha André Faria, presidente da comissão de festas.
Para o armador deste ano, Joaquim Fernandes, é “com alegria e uma enorme satisfação” que vê o regressar destas festividades que já contam com 199 anos.
Há cerca de 30 anos que é responsável pela ornamentação do andor (função que alterna com outro armador a cada ano) e “já antes disso ajudava o pai”. “Já nasci no meio dos farrapos”, brinca, explicando que para “este trabalho tem de ser feito por uma pessoa que goste”, é preciso “muito gosto, muita paciência, pois é uma grande responsabilidade às costas”.
Relativamente ao trabalho feito este ano, está “contente”. “Ficou aquilo que eu queria, acho que ficou bonito e espero que as pessoas gostem”.
