O ambiente entre as casas do Futebol Clube do Porto (FC Porto) aqueceu nos últimos dias, após declarações publicadas no novo livro de Jorge Nuno Pinto da Costa, o histórico ex-presidente do clube. Na obra, Pinto da Costa acusa a Casa do FC Porto de Marco de Canaveses de "traição", sugerindo que esta não deveria participar em eventuais homenagens a si no futuro. A afirmação provocou uma resposta firme de António Santana, Presidente da Assembleia Geral da Associação Dragões Marcoenses, que defende a liberdade de opinião e a independência da casa.
Num comunicado público, António Santana expressa desagrado pela posição de Pinto da Costa, defendendo que as casas do FC Porto têm uma missão clara: "divulgar, prestigiar e honrar o FC Porto" sem ficarem reféns de "interesses de dirigentes do clube". Recordando a postura independente que a casa de Marco de Canaveses adotou nas últimas eleições, o dirigente sublinhou que foi decidido em Assembleia Geral que os Dragões Marcoenses manteriam neutralidade perante as três candidaturas à presidência do clube, conferindo liberdade aos sócios para apoiarem quem considerassem mais apto.

António Santana destaca ainda que a independência de pensamento e o respeito pela democracia foram e continuam a ser valores inalienáveis na associação e no FC Porto. "A liberdade de opinião e decisão é um bem inalienável em democracia", reforça, acrescentando que os sócios da casa de Marco de Canaveses deram uma lição de democracia, ao demonstrar que "não estão sujeitos à vassalagem ou subserviência, mas sim ao espírito e valores do clube".
Sublinha depois a importância de separar o legado de Pinto da Costa – "cujo trabalho como líder do clube é reconhecido e valorizado" – da independência e do papel das casas do FC Porto, que não devem, segundo Santana, ser vistas como um prolongamento pessoal de qualquer dirigente.
O comunicado dos Dragões Marcoenses encerra com uma nota de desilusão para com a atitude de Pinto da Costa, que, de acordo com António Santana, "não percebeu que o facto de lhe ser reconhecido todo o mérito dos seus feitos não obriga a que as pessoas lhe tenham de prestar vassalagem". Santana sublinha que esta posição reflete os valores democráticos do FC Porto e dos seus adeptos, defendendo que o clube deve continuar a ser representado pela diversidade de opiniões e liberdade de expressão.