linda ana pinto
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No decorrer do ano letivo 2022/2023, os professores de todo o país têm se unidopara lutar, sobretudo, pela progressão de carreira, recuperação da mesma, redução do horário de trabalho e pelo recrutamento e colocação de professores.

À semelhança de muitos pais, Linda Pinto e a filha Flor, de 10 anos, naturais de Marco de Canaveses, viram as suas rotinas “alteradas” durante a greve dos professores.

Linda Pinto partilha em conversa com o Jornal A VERDADE que tem a “sorte” de trabalhar por conta própria e, por isso, ter a disponibilidade de ir buscar a filha “à hora que sou chamada, mas para certos pais a dinâmica torna-se complicada, têm que se dirigir a familiares próximos ou a centros de estudo”.

Todos os dias, Linda Pinto preparava a filha Flor, aluna do 5.º ano, para a escola na incerteza se teria de a ir buscar num espaço de meia hora ou não. “De manhã eles apanhavam o autocarro normalmente, meia hora a acabavam por nos ligar, isso também acontecia porque não tinham noção se ia haver greve. Só sabíamos na hora, não recebíamos informação no dia anterior. Custava imenso porque muitas vezes os alunos ficavam ao frio”. 

“Uma vez trouxe uma miúda que veio completamente encharcada, porque chovia torrencialmente e eles ficaram na paragem, mas era pequena para albergar tantos alunos”, acrescenta a mãe. 

Apesar de reconhecer que “a luta faz parte de toda a gente e temos todos liberdade de expressão, sem dúvida alguma”, refere que fica “triste” por ver “os miúdos com muita matéria para ser dada e estudada e não serem capazes. Todos os alunos acabam por sair prejudicados”. 

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Linda Pinto dá como exemplo a disciplina de Matemática. “As aulas que não são dadas vão fazer muita diferença, porque já não é como estar na primária, se não deres a matéria, a aula já passou. Depois têm de inserir matéria nova e a outra ainda está por retificar”, explica. 

No seu emprego, a mãe natural de Marco de Canaveses consegue receber “algumas colegas da filha” que passavam a tarde “juntas e a estudar até que os pais as pudessem vir buscar”. No entanto, confessa que “é claro que elas dispersam porque não somos professores/as. É diferente estarem num ambiente escolar”. 

Linda Pinto conhece outros casos de pais que se viram “obrigados” a deixar as crianças durante mais horas em ATL’s o que “traz um custo acrescido às famílias, porque não se podem dar ao luxo de dizer aos patrões que vão ficar em casa para cuidar dos filhos ou que os vão trazer para o emprego”

Perante cenários de greve prolongados, Linda Pinto acredita que “os miúdos acabaram por ficar bastante prejudicados”. No fundo, considera que as rotinas dos pais e filhos/as são “muito alteradas”. Apesar dos transtornos que tem causado na sua vida, Linda Pinto afirma que temos de “conciliar”, porque “todos temos direito à greve e devemos respeitar a decisão das outras pessoas”.