Há 40 anos que a Austrália é a ‘casa’ de Lina e Célia Vieira. A mãe, natural de Penafiel, emigrou quando a filha tinha um ano, porque o marido “arranjou um contrato de trabalho. Na altura, a Austrália precisava de trabalhadores“, recorda Lina Vieira.
A chegada da emigrante, de 62 anos, àquele país foi “muito difícil”, pela “adaptação ao clima e modo de vida” e pelo facto de não saber falar o idioma. Agora confessa “adorar” a Austrália, um país que lhe tem dado “muitas oportunidades“.
Lina Vieira vive em Sydney e, mesmo à distância, mantém as tradições portuguesas no que diz respeito às festividades, como o Natal e Ano Novo. “Comemoramos da mesma forma. Juntamo-nos com a filha e alguns amigos, jantamos e depois ou ficamos por casa ou vamos a algum lado ver o fogo de artifício“.
Quanto às saudades de Portugal, garante que não fica “muito triste” por passar a data à distância, porque já está “há muitos anos” na Austrália e encurta a distância da família “com chamadas pela internet”.
Este ano, a entrada no novo ano será celebrado longe da filha, que rumou a Portugal para celebrar a chegada de 2025. Vai ser “um pouco diferente”, o que deixa Lina Vieira “um bocadinho triste, mas ao mesmo tempo feliz por ela estar com a família do genro”.
Em Portugal, neste momento, o relógio marca as 21h00, mas há já onze horas que a penafidelense entrou com o ‘pé direito’ no novo ano. A diferença de fuso horário é “engraçada. Quando chegar a meia noite em Portugal eu já me estou a levantar da cama“, diz a emigrante.
Deste lado do mundo, Célia diz-nos “adorar” a Austrália e o local onde vive com o marido e duas filhas – Wollongong – “que fica mais ou menos uma hora de Sydney”. Tal como a mãe, a emigrante sentiu “muitas diferenças no clima e estilo de vida”.
Ao longo dos anos, a celebração tem sido feita entre os dois países e, este ano, por motivos familiares será em Portugal. “Às vezes venho passar o Natal e Ano Novo e outras vezes venho no verão. As viagens são muito caras, portanto só vimos mais ou menos três em três anos”, explica.
As tradições serão vividas na terra Natal e longe da mãe. A diferença é que na Austrália “as batatas e o bacalhau são comidos a suar. Para além disso, é engraçada a diferença de horário, porque nós já estamos com a ressaca curada e a família em Portugal ainda está a tomar o pequeno almoço”, brinca Célia Vieira. “Passo sempre o Ano Novo com os meus pais, mas com a família do meu marido nunca passamos. Portanto, este ano vai ser especial passar com eles“, garante a penafidelense.