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Ana Mafalda, Carolina, Célia, Gonçalo e Mafalda são estudantes de Medicina e cinco jovens atentos às realidades da saúde dentro e fora do país. Sem se conhecerem previamente, aperceberam-se que tinham interesses, ambições e ideias em comum e, com vontade e mãos na massa, criaram a Organização ATENTA destinada, antes de mais, aos futuros médicos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Assim, a ATENTA foi criada com o objetivo de ser “um abrir de olhos às pessoas da nossa faculdade, incluindo nós. Sentimos que estudamos e crescemos todos numa bolha de Portugal e vermos outras realidades ajuda-nos a perceber que nem toda a gente tem as mesmas oportunidades, então queremos abrir horizontes a todos”, explica Carolina. No entanto, não pretendiam ajudar internacionalmente, sem colaborar no próprio país.

Para além disso, consideraram que para ajudar é necessário que “as pessoas estejam devidamente informadas e capacitadas para as ações de voluntariado ou missões” e, por isso, aliaram as missões, ações de voluntariado e formações.

A inspiração para criar esta organização adveio do projeto “Porta Nova”, uma associação com princípios muito parecidos à ATENTA, criada na Universidade do Minho. “O congresso chamou a atenção da Ana Mafalda e da Carolina, que não se conheciam, mas que partilhavam a mesma curiosidade”, conta Mafalda, responsável pela Gestão e Recursos Humanos. Ana Mafalda e Mafalda, amigas, ambicionavam criar o projeto, mas sabiam que duas pessoas “não era suficiente”, mais tarde, descobriram o objetivo comum e “tudo fluiu de uma forma rápida. Tivemos uma dinâmica muito boa desde o início. Estavamos todos a lutar pelo mesmo”, afirma Carolina.

Embora os elementos da direção sejam cinco, a ATENTA já realizou o processo de recrutamento e conseguiu expandir e totalizar 16 membros, distribuídos por quatro departamentos: Angariação de fundos; Missões Internacionais e Formações; Voluntariado local; Comunicação e Imagem; Responsável pela Gestão e Recursos Humanos. 

Um projeto que começou a ser desenvolvido em 2022, mas que ganhou forma e asas este ano com uma viagem até à Guiné-Bissau e uma passagem pelos hospitais africanos. 

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A viagem internacional pré ATENTA

A viagem até à Guiné-Bissau pretendia levar os estudantes de medicina a “apalpar terreno” e seria um dos primeiros passos para “solidificar o projeto e perceber se levar os estudantes para países em desenvolvimento, com sistemas de saúde completamente diferentes, podia ser uma realidade. Fomos, enquanto estudantes de medicina, fazer um estágio no Hospital de Bafatá, que é uma região no interior da Guiné Bissau e, levamos donativos de materiais médicos connosco, cerca de cinco malas”, conta Ana Mafalda, que esteve no terreno dez dias.

Já Célia e Mafalda ficaram na Guiné-Bissau cerca de mês e meio e puderam contactar com uma realidade distinta da portuguesa. “Os primeiros tempos foram muito complicados, ainda somos estudantes de Medicina, não somos médicas e, no início, foi difícil perceber a nossa posição naquele hospital porque eles participam em partos, ajudam nas cirurgias desde o início e gerir o dizer que não às coisas, mas também tentar ajudar foi um equilíbrio complicado. O tempo ajudou a perceber em que serviços é que o nosso apoio fazia mais falta e em que hospitais, porque no de Bafatá os médicos dão imensas horas para salvar vidas”, partilhou Mafalda.

Carolina completou que, no âmbito das missões internacionais, a ATENTA “é importante porque motiva as pessoas a quererem fazer mais, porque elas [Mafalda e Célia] que passaram por esta experiência já disseram que precisam de voltar lá quando forem médicas especialistas e puderem realmente ajudar e é isso que queremos deixar nos estudantes, o desejo de meter mãos à obra e um dia irem para ajudar”.

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Processo de recrutamento

Tanto nas candidaturas do processo de recrutamento como nas ações que têm realizado a adesão foi “muito boa. Há pessoas que querem apenas ajudar”, destaca Mafalda. “Fizemos uma venda de bolos na nossa faculdade durante dois dias e foi um grande sucesso de angariação de fundos. Além disso, sentimos muito amor por parte da faculdade, porque nem toda a gente tem perfil para ir em missão internacional, nem toda a gente tem sequer interesse em fazer parte da ATENTA e é super normal, mas sentimos que as pessoas veem um propósito naquilo que estamos a fazer e querem apenas ajudar”, destaca.

Embora a associação seja recente, os jovens realçam que conseguiram “atingir os objetivos propostos até ao final de 2023″, isto é, “uma ação de voluntariado com o Banco Alimentar Contra a Fome no Porto e uma formação sobre o conflito entre Israel e Palestina”. Por estas iniciativas têm recebido um “feedback muito bom, porque era um projeto desejado pelos estudantes, mas ainda não tinham surgido os meios para o concretizar”, afirma Carolina.

Gonçalo, Mafalda e Carolina são naturais do Porto, Ana Mafalda reside no Porto, embora tenha vivido 15 anos em Paredes, já Célia veio estudar para a FMUP de Braga. Uma proximidade geográfica e um carinho pelo Porto que motivou os jovens a fazerem algo diferente e inovador no distrito.

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