Desde os 12 anos que José Teles se dedica, nesta época do ano, à construção do presépio de São Luís de Beire, construído pela primeira vez em 1986 pela família Domingos. Hoje, com 45 anos, o paredense mantém vivo o “sonho” do pai, Domingo Moreira Teles, o fundador do presépio.
Trinta e sete anos depois de ter iniciado, com os pais, a criação do presépio José Teles não se cansa de manter esta tradição e, “enquanto puder”, vai continuar a homenagear o pai que “gostava muito disto. Ele gostava de estar sempre a fazer coisas novas no presépio e quase todos os anos fazia uma pecinha nova. Aliás, cerca de 90% do que é madeira é feito cá em casa”, revela o filho orgulhoso.
Tantos anos depois continua a querer fazer o presépio e garante que tem “mais gosto do que eu tinha antes. Na altura, fazia só porque sim. Hoje, já faço com outro objetivo e gosto”, garante José Teles que, este ano, apresenta um novidade “mais direcionado para os pequeninos. Não sou muito destas coisas, mas coloquei um Pai Natal para as crianças”, revela.
O presépio de São Luís de Beire já é “tão conhecido na região” que já conta com ‘padrinhos’, que querem “dar uma ajudinha para que a tradição não acabe”, assim como com a visita de “muita gente. Veem pessoas de muito lado, de Espanha e de Lisboa por exemplo. Dizem-me que gostam de ver”, conta.
O presépio, de 120 metros quadrados, é composto por “milhares” de peças: “cerca de 600 ovelhas, 2500 lâmpadas, 980 santos, 820 bolas, perto de 600 cabaças e cerca de 560 bonecos decorativos. Está tudo na garagem e nos pátios“. A história vai desde o Antigo Testamento, até ao nascimento do menino e o calvário. Para além de peças atuais, o presépio conta com monumentos religiosos mais antigos, como a Capela de São Luís, a Igreja de Paredes, a Capela da Nossa Senhora dos Chãos, a Igreja do Senhor dos Aflitos.
O projeto de montagem da atração natalícia foi iniciado em “meados de setembro, porque é muita coisa. Este ano tive aqui umas pequenas alterações e contei com a ajuda de uma irmã, que esteve a costurar uns panos, do meu vizinho Sérgio Motta, que ajudou na cobertura, e de um sobrinho. Foi uma boa ajuda, embora eu fosse fazendo um bocadinho todos os dias. Infelizmente, estou reformado por invalidez, então vou ocupando aqui o tempo”, diz-nos o paredense.
Esta é a época que leva “mais alegria” à casa e a “tristeza” vem na hora de voltar a arrumar tudo. “Arrumamos, mas estou logo a pensar como é que ficar no próximo Natal. Mas claro que custa arrumar tudo depois de tanto trabalho”.
No final do mês de janeiro as muitas peças voltam para as caixas, mas até lá as pessoas terão “muito tempo para visitar. Antes alagávamos tudo nos Reis, mas às vezes as visitas estavam aí cerca de três horas na fila, começava a chover e iam embora sem ver. Então assim podem vir com mais calma e estão mais à vontade. Também faço o presépio para as pessoas verem”.
José Teles pretende manter, a longa, tradição e apresentar “sempre algo novo” para apresentar às pessoas que “visitam todos os anos”.
Fica o convite para que “visitem. Se vierem a meio da semana e a porta estiver encostada, toquem à campainha, porque estou sempre dentro de casa. Eu abro a porta com todo o gosto. Estou todos os dias entre as 08h00 e as 20h00 normalmente. Só no dia de Natal é que vamos abrir um bocadinho mais tarde para poder estar com a família”, diz.
O Presépio de São Luís de Beire será inaugurado este domingo, dia 8 de dezembro, na freguesia de Beire, concelho de Paredes.
