joao neves sebastianas
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Luís, Miguel e José Neves, pai e filhos, unem-se pelo laço familiar, mas também pela tradição que passa de geração em geração – integrar a Comissão de Festas das Sebastianas, uma festa já conhecida em Freamunde, no concelho de Paços de Ferreira.

O pai, Luís Neves, foi festeiro em 1984, o irmão, Miguel Neves, em 2020 + 2 e agora chegou a vez de José Neves dar continuidade à herança familiar. “Gostar e ter uma boa dose de loucura”, são os ingredientes certos para aceitar um convite que “não podia rejeitar. Foi endereçado pelo meu irmão que fez parte de uma comissão que fica para a história, porque esteve em posse durante três anos, uma vez que coincidiu com o período COVID-19″, explica o atual presidente da comissão de festas.

As Sebastianas estão aí à porta, começam já esta quarta-feira, dia 5 de julho, e após meses de “muito trabalho” José Neves pode afirmar que “para se envolver numas festas como esta é preciso muita dedicação, porque nos obriga a muitos sacrifícios. Como se costuma dizer se estamos à espera de ter ‘a vida a jeito’, nunca a temos para assumir um compromisso desta magnitude. Mas o convite partiu do meu irmão, que começou como festeiro solteiro e terminou casado e com uma filha, e não lhe podia dizer que não”, recorda.

No seu caso, já era casado mas pelo ‘caminho’ nasceu o filho, com agora 11 meses, aquele que “também fará parte da comissão de festas, se Deus quiser”, diz com orgulho José Neves. E, apesar de “gostar muito” da terra que o viu nascer e crescer, confessa que “não é muito fácil” gerir a preparação de uma festa com tudo o resto. “Falamos muitas vezes da dificuldade que é ser festeiro, mas nunca estamos preparados para os desafios que enfrentamos, porque exige mesmo muito de nós. São muitas horas dedicadas, muitas vezes, colocamos à frente da nossa vida pessoal e profissional. Portanto, requer algum equilíbrio e consenso, porque é muito fácil perder o controlo. É um ano de muito sacrifício e muito trabalho”, garante.

Natural de Freamunde, o festeiro de 41 anos reconhece nas gentes da terra uma “dedicação” no que ao envolvimento na preparação da festa diz respeito. “As Sebastianas são um evento que une a comunidade. É notório esse envolvimento, quer seja no contributo monetário, porque uma das receitas é o peditório que fazemos casa a casa, mas também depois na concretização de vários elementos da festa. Por exemplo, na majestosa procissão, na qual disponibilizamos as fitas coloridas, mas depois são os moradores que decoram, com os moldes, as ruas da cidade por onde passa a procissão. Também temos as marchas alegóricas, outro ponto alto, em que os carros são todos produzidos nas nossas oficinas e é o resultado do trabalho de um grupo voluntários que mantém tradição e, ano após ano, se juntam e produzem o carro alegórico”, explica José Neves.

sebastianas 2023

Preparação das Sebastianas: “Um ano inteiro em prol da comunidade”

As Sebastianas são, como nos explica o presidente da comissão de festas, uma festa popular que resulta de um trabalho de “um ano inteiro em prol da comunidade” e do “apoio da comunidade para conseguirmos engradecer, entregar um movimento digno e que vá ao encontro ao que é tradição das Sebastianas“. Mas que muitos não conhecem é o “processo” que antecede os vários dias de festa. Ainda não tinha terminado a festa do ano anterior e já a atual comissão colocava ‘mãos à obra’. “Diz a tradição que na segunda-feira das festas somos responsáveis por desmontar os carros alegóricos que desfilam na marcha. Portanto começamos, em boa verdade, com essa praxe e com essas boas-vindas”. Segue-se, na terça-feira, um jantar de passagem de testemunho. “Começamos a conhecer algumas pessoas e a envolver-nos nos temas. Estamos a falar de um grupo de 40 homens, desde “miúdos com 20 e poucos anos, até aos mais crescidos com 40 e tais”.

As diferenças de idades levam, “às vezes, a choques de mentalidades e diferentes perspetivas”, diz José Neves, mas o importante é “manter sempre o espírito aberto, para garantir que existe uma comunhão perfeita em que, no final, conseguimos todos remar para o mesmo lado. É o principal desafio”, frisa.

Um desafio facilitado por quem passa o testemunho. “Outra aspeto que caracteriza as Sebastianas é a passagem de informação que, ano após ano, acontece e que facilita o trabalho a quem chega de novo. Não é fácil e somos todos novos a organizar um evento desta magnitude, em que temos um orçamento superior a meio milhão de euros”.

Portugal 360º

O tema da festa deste ano – Portugal 360 – um mote para “homenagear o que é nosso, honrar a nossa história, a nossa tradição, as regiões, a gastronomia e afins”. Por isso, para José Neves, a comissão de festas só poderia proporcionar “um cartaz musical 100% nacional. Acredito que temos um cartaz eclético e diversificado que vai ao encontro a todos gostos musicais e vão ser umas grandes festas, pelo programa vasto que temos, com atividades culturais, musicais e religiosas”.

Tudo é pensado ao mínimo detalhe e a temática é também o lema da marcha alegórica, na qual os carros “vão representar diferentes regiões, cidades”, assim como na iluminação festiva que “vai ao encontro ao que é o tema definido para cada ano”.

Todas as edições das Sebastianas são organizadas “para a comunidade” e, este ano, “não é exceção. Queremos que desfrutem e que se divirtam nestas festas. Somos uma terra de cultura, trabalho e paz e, como costumo dizer, quem vem por bem é sempre bem-vindo. Gostaríamos, realmente, que as pessoas daqui da região aderissem em massa às nossas festas. No ano passado, tivemos uma adesão de mais de meio milhão de pessoas, este ano preferíamos manter a tendência ou, eventualmente, até superar. Há espaço para todos e venham que são bem recebidos e vão gostar”, é o convite lançado por José Neves, presidente da comissão de festas das Sebastianas.

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