Na manhã desta sexta-feira, 14 de outubro, tiveram início as primeiras Jornadas Municipais de Saúde, no Emergente – Centro Cultural. “Saúde Mental e Violência ao Longo do Ciclo de Vida” foi o mote para a realização da iniciativa que, de acordo com a presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, se assume uma “oportunidade para aumentar o conhecimento público sobre a saúde mental, melhorar a literacia a este nível e desconstruir alguns mitos e preconceitos associados”.
Promovida pela Câmara Municipal do Marco de Canaveses, a iniciativa está integrada na Estratégia Municipal de Saúde que passa por construir “uma comunidade mais saudável”, garantindo “a saúde e promover o bem-estar em todas as idades”.
Para tal, as estratégias do município passam pela “promoção dos acessos dos públicos vulneráveis aos cuidados de saúde primários; promoção do envelhecimento saudável; redução da prevalência de doenças infecciosas, com especial relevo para a tuberculose, aumento de oferta do número de consultas no âmbito da saúde mental, favorecendo assim a literacia nesta temática”, indica a autarca.
Na sessão de aberturas das jornadas, Cristina Vieira afirmou que “há alguns anos era comum ouvir dizer que aqueles que tomavam fármacos para as doenças mentais e os que tinham consultas de psicologia ou psiquiatria, eram apelidados como maluquinhos”. Mas, felizmente, “as coisas mudaram e a saúde mental é, hoje, um assunto que tem de ser cada vez mais tratado de forma coerente, assertiva e, sobretudo, concreta”.
O combate à literacia é, também, um dos objetivos da iniciativa e para a presidente “é importante que as pessoas percebam o que são os problemas de saúde mental. Esse é o primeiro passo que temos de dar”. Câmara Municipal e parceiros têm de ter “um papel mais ativo na prevenção. O que estamos hoje a fazer é correr atrás do prejuízo, mas nunca podemos descurar a parte do planeamento e da prevenção”.
Também responsável pela abertura das primeiras Jornadas Municipais de Saúde, em Marco de Canaveses, Teresa Moreno, diretora executiva do ACES Tâmega I Baixo Tâmega, não tem dúvidas de que “o resultado do processo pandémico que temos vivido e os efeitos da guerra,conduziram a um cenário de severa retração social económica”, entre eles as “ameaças à saúde mental, onde se agudizam as fragilidades e as vulnerabilidades da população que servimos”.
Nesse sentido, para Teresa Moreno torna-se “indispensável desenvolver projetos e programas dirigidos à população mais exposta e desprotegida. Respostas que passam por uma forte articulação e responsabilização entre a saúde e os parceiros da comunidade. Um exemplo de sucesso é a consulta descentralizada aqui em Marco de Canaveses”.
O ACES Tâmega I Baixo Tâmega está “sensível a toda esta problemática da saúde mental e da prevenção da violência ao longo do ciclo de vida”, contando com “equipas e grupos de trabalho multidisciplinares e inter institucionais, que desenvolvem ativamente, intervenções na área da prevenção e violência da violência a indivíduos”, frisou.
Tendo em conta a “transversalidade da saúde mental a todas as idades, os debates vão “desde a idade da infância até à idade mais avançada das nossas vidas. É um tema cuja atualidade se focou mais com os efeitos da pandemia. Daí acharmos pertinente focarmos nestas primeiras jornadas municipais de saúde do marco, começarmos por este tema”, salientou Clara Marques, vereadora com o pelouro da Saúde.
Para Cristina Vieira, as jornadas “serão certamente muito importantes para aqueles que têm um papel importante nesta área da saúde mental, mas também para aqueles que podem vir a ser importantes quer na sua qualidade de vida, quer em proporcionar qualidade de vida aos outros”, concluiu
As Jornadas Municipais de Saúde iniciaram com uma conferência sobre o estado da saúde mental em Portugal e vão decorrer até às 16h00 desta sexta-feira, com um um conjunto de painéis, cada um dedicado a um dos ciclos da vida: a infância, adolescência e juventude; a vida adulta; e a terceira idade.
