Entre bailaricos e romarias Ruka Nogueira foi acompanhando o pai, Joaquim Nogueira, natural de Baião, e, hoje, partilham a paixão pelas concertinas.
Tinha cerca de seis anos quando o pai lhe começou a ensinar “os primeiros acordes” e, a partir daí, “a vontade de aprender mais foi crescendo. O meu pai tinha uma concertina e eu andava com ela às costas”, recorda com carinho Ruka Nogueira.
Quando aprendeu a tocar concertina não havia, em Portugal, pessoas a dar formação na área e, por isso, foi aprendendo com o pai, mas também sozinho.
Do gosto de tocar concertina à construção do próprio instrumento foi preciso apenas “a ambição de querer construir” algo próprio e “para quem aprecia a arte. Não há uma data específica em que aprendi a construir, fui aprendendo e construindo”.
“Sem paixão não existe obra” ou seja, a construção da concertina, “um processo que exige muito tempo e conhecimento” sobre diversas áreas que envolvem o instrumento: “conhecer a parte técnica da música, saber trabalhar em metalomecânica e em madeiras, mas sobretudo, gostar”, reconhece o músico.
A paixão pelo mundo da música, em geral, e pelas concertinas, em particular, começou no bisavô e foi atravessando gerações. Ruka Nogueira herdou o gosto do pai e, hoje, o filho Salvador, de 11 anos, também “já está a dar os primeiros passos e já toca concertina”.
“Não sendo possível” viver apenas da música, Ruka Nogueira conjuga esta paixão com a atividade profissional e apesar de ser “um hobby intensivo, porque é preciso muita responsabilidade, conhecimento e sensibilidade”, não pensa em parar. “Eu e o meu pai participamos, há muito anos, em imensos festivais a nível nacional, mas também além fronteiras, como é o caso das comunidades. A música nunca pára”.