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A Páscoa é um dos momentos mais altos para a igreja Católica e, um pouco por toda a região, grupos de pessoas juntam-se para levar o “Senhor Ressuscitado” até à casa dos cristãos, que abrem a porta e recebem Jesus.

A chegada do compasso é indicada pelo soar das campainhas. Ouvem-se ao longe e sabemos que está a chegar a nossa casa. É uma época em que famílias se juntam e há reencontro de amigos, uma época em que muitos emigrantes regressam à sua terra Natal para vivenciarem esta tradição.

Um desses emigrantes é João Pinheiro, natural de Tabuado, no concelho de Marco de Canaveses. Está a viver em Paris, França, há cerca de 14 anos e esta é uma época em que faz questão de estar em Portugal. “Venho cá todos os anos, não passa um”, garante, acrescentando que esta é uma festa que gosta “porque as famílias unem-se, andamos de porta em porta e eu faço questão de, sempre que possível, abrir a porta ao compasso”.

Ouvir as “campainhas e os foguetes” faz com que João Pinheiro se lembre “do tempo em que era criança. Os meus pais mantinham esta tradição e eu faço gosto também de a manter. Acho que esta tradição nunca devia de acabar porque é uma tradição linda de se manter”

“Para mim, não faz sentido estar com a minha casa fechada, sabendo que estava a fechar a porta ao Nosso Senhor”, apontou. Mesmo durante a pandemia, e apesar de não haver visita pascal, João Pinheiro vinha passar a Páscoa à sua terra Natal. “Viemos sempre cá e no ano passado foi uma alegria ter o compasso de volta”, afirmou.

A viver em Paris com a sua esposa e um dos seus filhos, João Pinheiro regressou na quinta-feira a Marco de Canaveses, sendo que o seu outro filho, que está emigrado em Espanha, também regressa a terras portuguesas para a Páscoa. “Quero passar a tradição, que os meus pais me passaram, aos meus filhos”, sublinhou.

Este domingo, a Páscoa será vivida com a habitual azáfama de “andar de casa em casa”, sendo que a última paragem é a de João Pinheiro. “É lá para as 15h00, depende do cansaço de quem anda com o compasso. Depois ficamos aqui. Antigamente eram entre 40 a 50 pessoas, agora são cerca de 30. Tenho de ter a mesa recheada, porque é uma paragem obrigatória”, disse.

Apesar do grande número de pessoas que visita a sua casa nesta época de Páscoa, João Pinheiro garante que gosta “de ter a casa cheia. Para mim é uma alegria ter a família e os amigos ao meu lado e o meu objetivo é continuar a vir passar a Páscoa à minha terra Natal”, concluiu.