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João Lima é presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses há quatro anos e integra os órgãos sociais dos bombeiros desde 2011. Embora confesse que “nunca imaginou” vir a ser o sucessor, admite que chegar aos 100 anos é “marcante. É o momento mais marcante de ser presidente, obviamente que quando se toma posse é uma responsabilidade acrescida, mas o aproximar dos 100 anos é diferente, dá uma sensação de uma responsabilidade maior. É um gosto ser presidente da direção dos bombeiros”. 

No marco dos 100 anos, João Lima destaca que esta é uma associação “de referência no concelho e na região” e partilha que “toda a gente pode vir a precisar dela”. 

Ponto alto das comemorações foi no dia 20 de janeiro 

O ponto “mais significativo” das comemorações do centenário dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses aconteceu no dia 20 de janeiro. Já no dia seguinte, domingo, foi celebrada uma Missa na Igreja de Santa Maria. 

As atividades serão prolongadas ao longo do ano e, por enquanto, João Lima realça a inauguração de um monumento de homenagem “aos fundadores, aos comandantes e presidentes da direção ao longo destes 100 anos”. Também em meados de junho, os marcoenses são convidados a juntarem-se a uma iniciativa “marcante”, mas que por agora “não pode ser revelada”, segundo o presidente. Sem desvendar muito, João Lima menciona ainda uma gala de homenagem “a todos os que passaram por cá nas mais diversas funções e que merecem ser destacados, porque todos contribuíram para que os bombeiros chegassem aos 100 anos”. 

O presidente reconhece que o trabalho feito por estas pessoas “não tem preço. É importante destacar e homenagear, porque muitos deles deixaram a comodidade da casa, de estar com a família, com os filhos, para virem socorrer as pessoas, seja à hora que for. Tudo o que possamos fazer, será sempre pouco, diante daquilo que eles fazem por nós”, considerando que a sociedade “deve essa homenagem” aos bombeiros. 

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Realidade dos bombeiros “mudou muito” em 35 anos 

João Lima partilha que refletiu sobre a realidade dos bombeiros há 35 anos. “Antes os bombeiros tinham cerca de 260 operacionais, no conjunto do quadro ativo, agora temos cerca de metade, mas a realidade é que se mantivesse esse número, e era bom que tivessemos os cerca de 260 bombeiros, neste momento, não os conseguia ter todos no quartel do Marco, nem divididos nas secções, porque o espaço é curto e depois há novas realidades como, por exemplo, o surgimento de mulheres bombeiras”.

Antigamente a presença do público feminino não era uma realidade no quartel. Atualmente, os bombeiros têm de encontrar espaços para “camaratas, balneários separados… se tínhamos uma camarata que aquartelava oito homens e uma feminina que aquartelava quatro ou cinco mulheres, hoje em dia a coisa tem de ser ela por ela. E não há espaço”, reforçou. 

Também na altura do verão, os Bombeiros do Marco acolhem operacionais vindos de fora devido à época de incêndios. “Mete-me muita confusão não termos onde aquartelar, durante aquele período, aqueles que nos vêm ajudar”, confessa.

Diminuição de voluntários é uma das “grandes preocupações” da direção

“A seguir ao centenário, vamos perder bombeiros”, é o cenário que João Lima prevê para os Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses e que o preocupa. Os motivos são, para si, “muitos. Desde logo as exigências que, felizmente, são cada vez maiores para os bombeiros. Os bombeiros hoje têm de fazer muita formação, têm de dar muito tempo à casa, mas também sabemos uma coisa, sabemos que vão lá e estão preparados para qualquer ocorrência”. No entanto, é um tempo que cada vez se torna mais “escasso. Os fatores de atração fora desta casa são muitos, compreendo que quando um jovem entra para aqui e depois, ou porque vai estudar ou arranja um emprego noutro sítio, não consegue ser bombeiro no Marco se residir a 60/80 km”. 

Neste âmbito, João Lima partilha que foi realizada uma reunião com a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM), onde alguns presidentes de direção de bombeiros da região apresentaram “um regulamento de incentivo ao voluntariado. Compilamos os melhores apoios que cada município da CIM do Tâmega e Sousa dava aos bombeiros e entregamos para que fosse criado um regulamento abrangente em toda a CIM”, acreditando que este fenómeno podia ser “pioneiro” e, posteriormente, “transversal a todo o país”. 

João Lima termina por destacar, neste ponto, que se não forem tomadas medidas o futuro será “a profissionalização dos bombeiros. É para aí que tudo caminha porque, de outra forma, o voluntariado não acaba mas tem tendência a diminuir, porque a disponibilidade das pessoas é cada vez menor”. 

“O Lapoceiro é, no imediato, aquilo que mais falta faz” 

Em 2023, um dos principais temas no Marco de Canaveses foi o Campo do Lapoceiro, um terreno localizado ao lado do quartel dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses que constava na Estratégia Local de Habitação Social do município. Após várias reivindicações, a corporação voltou a ver uma esperança ao fundo do túnel e esperam que “o terreno do Lapoceiro possa vir a servir os bombeiros”. 

Na visão de João Lima “não há local melhor do que o terreno do Lapoceiro” para “a expansão do quartel, para as viaturas e instrução dos nossos bombeiros. Quem olha para o quartel e para as secções dos Bombeiros do Marco, até pode dizer que temos terreno junto às secções. Mas não basta ter terreno, temos de ter viaturas, temos de ter os meios, os homens e mulheres… e se estiverem aqui concentrados, no espaço do quartel sede, onde temos o maior número de meios humanos e materiais, é muito mais fácil, se ocorrer um sinistro qualquer, termos os meios aqui e eles poderem ir para o sinistro”, reiterando: “para mim, o único terreno que serve os Bombeiros do Marco é o terreno do Lapoceiro”. 

Neste sentido, o presidente da associação aguarda que a resposta do Ministério das Finanças seja “positiva”. Sobre investimentos futuros, João Lima refere-se a um desejo “antigo”, mas confessa que tem de ser “muito bem ponderado. Falamos de uma viatura que custa cerca de 300 mil euros, é uma viatura urbana de combate a incêndios”, explica. 

João Lima apela aos marcoenses: “tornem-se sócios desta casa que faz toda a diferença” 

João Lima refere-se a uma casa com 45 funcionários, com dezenas de ocorrências diárias e em constante necessidade de manutenção e, por isso, apela à sensibilidade dos marcoenses. “As pessoas deviam pensar que, a cada marcoense, 15 euros por ano, não é nada. Para esta casa, 15 euros por ano de cada marcoense, faz toda a diferença. É um apelo que faço aos marcoenses, que se tornem sócios dos Bombeiros do Marco, agora têm um motivo acrescido, que são os 100 anos, dizer que são os sócios dos 100 anos”. 

A este propósito, João Lima destaca ainda que é motivo de “orgulho” não terem dívidas. “Não estou a dizer que os bombeiros nadam em dinheiro, estou a dizer que, felizmente, os Bombeiros do Marco passaram aquela fase de dever ou de ter compromissos com a banca. Não devemos nada nem à banca, nem a ninguém, é um motivo de orgulho para toda a direção, mas deve ser um motivo de orgulho, acima de tudo, para os associados e para os marcoenses”

Padrinhos das novas viaturas dos bombeiros

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VDTD 15 – Geonext

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VDTD 12 – Queirocar

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VDTD 23 – Diamantino Seguros

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Reboque Salvamento e Resgate – Marcoartes | Decapagem e Pinturas Industriais, Lda | Alfaquimicos

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Mota de água (MRST01) – António Paulo Moreira do Couto

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