joao cordeiro da costa
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A arte e a medicina andam “sempre de mãos dadas” e João Cordeiro da Costa pode dizê-lo na primeira pessoa. A vontade de ser médico vem “desde criança. Devia ter cerca de 7 anos e quando via os médicos dizia ‘é isto que quero ser’”, recorda o pneumologista.

Também o gosto pela música vem dessa altura e por incentivo da mãe que era professora. Um gosto “que sempre existiu”, que se “desenvolveu com a bateria” e que, mais tarde, se materializou com o nascimento de uma banda. 

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Seguir música a tempo inteiro “nunca foi uma possibilidade”  e chegada a altura de entrar na faculdade o amor pela medicina falou mais alto. “A banda durou até aos nossos 18 anos, porque quando fomos para a faculdade tornou-se difícil conjugar tudo”.

Hoje, João Cordeiro da Costa é médico pneumologista e com uma carga horária de trabalho “elevada” confessa que lhe resta “pouco tempo” para se dedicar à música, até porque para além destas áreas, também o desporto fez parte do seu percurso. “A música está sempre na minha mente, mas agora estou a dedicar-me ao desporto, mais precisamente ao polo aquático“.

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Atualmente é atleta federado, uma modalidade que começou a praticar com 13 anos, e manteve de forma regular até aos 18. Conquistou várias taças municipais de natação, campeonatos locais e algumas medalhas nos jogos internacionais da juventude. 

A medicina e a paternidade foram alguns dos motivos que o levaram a interromper o desporto de competição, que voltar a entrar na sua rotina em 2022. “É importante termos uma atividade desportiva. O objetivo da nossa profissão é tentar melhorar  a qualidade de vida do outro, mas não nos devemos esquecer de melhorar a nossa”, sublinha.

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Por isso, para João Cordeiro da Costa o desporto assume-se “fundamental. O desporto melhora a nossa condição física, mas também o nosso estado mental e até o nosso humor e predisposição para ajudar o outro. Se estivermos bem dispostos vamos ser melhores médicos, como em qualquer profissão. Este é um alerta importante”, diz.

Apesar de estar numa profissão “exigente”, reconhece que é preciso “desmontar” a ideia de que um médico “não sai da urgência, e às vezes até parece que dorme no hospital. Há pessoas que vão por esse caminho e acabam por ter doenças graves em idade jovem. Mas a saúde de quem cuida dos outros também é importante”.

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Todas estas ferramentas são levadas para o consultório, onde todos os dias se depara com uma “grande carga emocional. No nosso dia a dia temos uma perceção da vida e da morte mais presente“.

Aos 38 anos, garante que o “equilíbrio” está presente na rotina diária. “Neste momento, treino quase todos os dias e quando saio do hospital o médico fica à porta. No polo aquático sou o João e mais um elemento da equipa”.

O mesmo faz com a família, com quem gosta de ter “tempo de qualidade. É preciso ter este equilíbrio na vida para podermos ser melhores na nossa profissão”, afirma.

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João Cordeiro da Costa frequentou o curso de Medicina na Universidade da Beira Interior e especializou-se em Pneumologia, no Hospital de Gaia. Quando questionado sobre o que é ser médico, a resposta é “difícil”, mas a experiência diz-lhe que é, sobretudo, “ser responsável, disciplinado, ser humilde, reconhecer o erro, perceber que  muito ainda há por saber e descobrir, ter empatia e estar numa aprendizagem constante. Tendo esse espírito aberto, estamos no caminho certo para podermos ser melhores médicos. E para sermos melhores médicos, temos de ser boas pessoas”.