Joana Soares vive fora de Portugal há quase sete anos e já passou pelo Japão, por Singapura e agora vive na Suécia. Ao longo deste anos a jovem emigrante experienciou quatro noites de Natal longe de casa. Apesar de gostar de tudo o que os outros países têm para oferecer, a família deixa sempre saudades.
Licenciada em Ciências da Informação na Universidade do Porto, a jovem de 28 anos agarrou, em 2018, a oportunidade de “trabalhar no Japão como Guia de Imersão em Inglês para estudantes japoneses”.
E foi no Japão onde Joana Soares passou quatro anos a trabalhar, a criar um portfólio e a dar os primeiros passos no mundo da criação de videojogos. A jovem emigrante admite que um dos seus objetivos foi sempre trabalhar na indústria dos videojogos, mas “visto que em Portugal não existem muitas oportunidades”, sair do país tornou-se “bastante apelativo”. Entre isso e a possibilidade de uma estabilidade financeira muito maior, a decisão estava feita.
“O Japão sempre foi chamativo e tornou-se num objetivo. Procurei oportunidades de emprego e mudei-me para lá, foram despesas e riscos grandes mas valeu a pena”, conta Joana Soares.
Anos depois, a jovem emigrante acabaria por se mudar para Singapura, “já que o meu parceiro trabalhava lá e tinha um emprego mais estável e bem remunerado”. Mais recentemente “mudamo-nos para a Suécia, onde temos uma vida bastante estável, financeiramente confortável e a trabalhar na área que queremos, então planeamos ficar mais tempo por lá”.
Assim, depois de quase sete anos no estrangeiro Joana Soares já passou dois Natais no Japão, um em Singapura e outro na Suécia e e todos a marcaram “de alguma forma”.
As festividades no Japão ficam marca das por um “inverno incrivelmente bonito, principalmente nas zonas mais rurais e perto das montanhas e lagos, e as tradições são muito diferentes”. As celebrações japonesas são “completamente diferentes, o Natal é uma época de ruas iluminadas mas o dia de Natal é dedicado aos casais, muito parecido ao nosso Dia dos Namorados. Todas as de corações de Natal desaparecem no dia 26 de manhã, para dar lugar ao ano novo”, explica a jovem emigrante.
Já em Singapura Joana Soares passou “o meu primeiro e único Natal num sítio muito quente e húmido”. Contudo, na Suécia “foi o contrário, foi um Natal cheio de neve e com mercados de Natal grandes, então foi muito marcante pela presença mais forte do espírito natalício”.
Em comparação a um Natal português, “dependendo dos países, há mais ou menos diferenças. Na Suécia é muito semelhante, o que faz sentido. Já em Singapura é uma mistura com tradições mais asiáticas”. Um dos Natais mais marcantes foi o de 2019, “estava a celebrar em Nikko, no Japão, num sitio chamado Ryokan, uma pensão tradicional japonesa”, recorda a emigrante. “Tinha um quarto especial com um banho termal natural privado, com uma janela com vista para o Monte Fuji. Estava a nevar também. Era impressionante estar num banho quente, com a janela aberta, a ver a neve e a vista da montanha”, acrescentou a jovem portuguesa.
Na altura das festividades Joana Soares tenta sempre “aproveitar tudo o que os países têm para oferecer, sejam tradições, comidas ou celebrações”. No entanto, a família e as tradições de Portugal nunca ficaram de parte: “tento manter um pouco do espírito natalício português, fazendo em casa refeições semelhantes, sobremesas que mais gosto e estando em videochamada com a família para trocar presentes e ver toda a gente”.
Viver longe do país “nunca é fácil, há sempre saudades da família e a sensação de que estou a
perder momentos importantes. Principalmente da parte dos mais velhos como os avós, há sempre alguma tristeza”, lamenta a jovem.
Contudo, “apesar de estar longe acho que toda a gente entende as razões e ficam contentes pela vida que tenho lá fora”.
A viagem de volta a casa para o Natal “nem sempre é fácil” devido aos “custos muito eleva-
dos, mas agora estando na Europa é diferente e acho que a família está contente por ser mais
fácil visitar nesta época”.