A jovem Jéssica Teixeira, natural de Felgueiras, sagrou-se Campeã Nacional Feminina de Boccia na classe de BC5, no Campeonato Nacional que decorreu no Pavilhão da Universidade do Minho em Braga, nos dias 7 e 8 de maio.
Há 29 anos que Jéssica Teixeira “vive” com uma deficiência motora, condição provocada após o parto. Uma realidade que não impediu a jovem de ter um gosto especial pelo desporto e que “praticava quando andava na escola”, recorda.
Depois de terminar os estudos, Jéssica afastou-se da atividade física, mas em 2017 “surgiu a oportunidade de voltar a fazê-lo” e, desde então, nunca mais parou.
Hoje, a atleta compete em representação da Salta Fronteiras Associação – Desporto Adaptado, “uma segunda família”, e sente-se “muito feliz. Era um grande objetivo ir aos nacionais. Foi a minha primeira vez nessa fase e correu da melhor maneira possível. Só tenho a agradecer a toda a gente que tornou isso possível”.
Jéssica Teixeira compete na classe de BC5, uma classe adicionada à modalidade de boccia, em 2015, e que foi desenvolvida para os jogadores cujas deficiências não são suficientemente severas para lhes permitir jogar na classificação BC2 ou BC4.
Recentemente, a atleta sagrou-se Campeã Nacional Feminina de Boccia, uma modalidade “que gostava que fosse mais reconhecida do que é. Talvez, dessa forma, houvesse mais algum tipo de ajuda, permitindo às associações ter mais atletas”.
Ter uma deficiência não é um obstáculo para Jéssica Teixeira “e não deve ser para outros jovens. Acreditem em vocês, lutem pelos vossos sonhos porque todos temos esse direito, todos temos direito a vida. Gostava que mais pessoas com a mesma condição que a minha tivessem a possibilidade de experimentar boccia”, frisa.
O que é o boccia?
É uma modalidade para atletas com paralisia cerebral e/ou outras disfunções neurológicas com origem no sistema nervoso central e disfunções neuromusculares severas de origem não cerebral que afetem os quatro membros.
É um desporto praticado num espaço interior, em que são arremessadas bolas de couro, seis azuis e seis vermelhas, com o objetivo de as colocar o mais perto possível de uma bola branca chamada “jack” ou bola alvo. É permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio (calhas) para atletas com grande comprometimento nos membros superiores e inferiores.
