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Sociedade
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Incêndios: Mais de 2.700 operacionais combatem nove grandes fogos com populações em risco

Penamacor, Arouca e Santarém concentram maiores preocupações da Proteção Civil. Já foram assistidas 20 pessoas, incluindo 14 bombeiros.

Redação

Portugal enfrenta esta terça-feira, 29 de julho, um dos dias mais críticos do ano em matéria de incêndios rurais, com nove fogos de grande dimensão ativos de norte a sul do país, mobilizando 2.731 operacionais e 881 veículos terrestres, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

A situação mais preocupante concentra-se nos concelhos de Penamacor, Arouca e Santarém, onde há populações em risco. O Comandante Elísio Pereira, da ANEPC, explicou à Lusa que essa ameaça “obriga à dispersão de meios para evitar que o fogo chegue às habitações”, o que por sua vez dificulta o combate direto às frentes ativas.

Penamacor em alerta com meios urbanos mobilizados

No incêndio de Penamacor, já foram deslocados dois grupos de combate a fogos urbanos, cada um com 30 operacionais, que se mantêm de prevenção. “Esperamos não ter de os utilizar, mas foram mobilizados por precaução”, disse o comandante. Apesar da proximidade das chamas, não houve ainda necessidade de retirar pessoas das aldeias mais próximas.

Situação em Arouca e Santarém permanece crítica

No distrito de Aveiro, o incêndio em Arouca continua a colocar em risco as povoações de Castelo de Paiva e Arouca, com os meios a concentrarem esforços para proteger as áreas habitacionais. Em Alcanede, no distrito de Santarém, as chamas atingiram uma pecuária, provocando a morte de vários animais.

Durante a tarde, a ANEPC já tinha destacado também o incêndio do Lindoso, que se dirige à Serra Amarela, numa zona de difícil acesso e elevado potencial de propagação.

Mais de 130 fogos registados no dia mais intenso do ano

O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, indicou que foram registados 132 incêndios rurais ao longo do dia, o número mais elevado de 2025 até agora. Entre os incêndios ativos, 17 foram considerados de risco elevado, com 2.700 operacionais e mais de 600 viaturas no terreno.

Além dos nove fogos de maior dimensão ainda ativos, outros 43 estavam em fase de resolução ao final do dia, mobilizando mais de 800 operacionais e 200 viaturas.

Vinte pessoas assistidas e reforço de meios limitado

Segundo o balanço da ANEPC, 20 pessoas foram assistidas, incluindo 14 bombeiros. Para já, não está previsto um reforço adicional de meios durante a noite, dado o elevado número de recursos já mobilizados.

Ainda assim, a Proteção Civil mantém-se em alerta máximo e espera que a descida das temperaturas ajude a conter alguns dos incêndios. No entanto, para os fogos com grande área ardida e acessos difíceis, a noite pode não trazer melhorias significativas, alertou Elísio Pereira.

ANEPC apela à responsabilidade no uso de maquinaria agrícola

A ANEPC voltou a apelar à população para evitar o uso de maquinaria agrícola, sobretudo durante o calor extremo, uma das principais causas de ignição em dias críticos como o de hoje.

O país encontra-se sob vigilância reforçada, com todos os meios de proteção civil, bombeiros e forças de segurança mobilizados para conter as chamas, proteger populações e garantir a segurança de pessoas e bens.