Na madrugada de 18 para 19 de novembro, um incêndio "gravíssimo" deixou cinco pessoas desalojadas. Tânia Ferreira e a família viram "a sua casinha" arder e não conseguiram "fazer nada".
Tânia Ferreira é natural de Eirós, freguesia de Travanca, em Cinfães, onde residia, na mesma casa, há 36 anos. No momento do incêndio estavam em casa seis pessoas, mas Tânia Ferreira explica que normalmente é apenas o marido, dois filhos e a mãe. Excecionalmente, estava também o irmão de Tânia Ferreira.
"Ficamos sem nada. Ficou tudo destruído. Só ficou o meu quarto e uma casa de banho mas, nós tínhamos tudo do outro lado. A minha filha ficou sem nada para a escola. A minha mãe ficou sem a vida inteira porque não lhe sobrou nada, ela recebia uma pensão de viuvez por vale e tinha o dinheiro todo em casa. Ardeu tudo", é assim que Tânia Ferreira descreve o cenário que viveram.
Naquela madrugada a família "não conseguiu fazer nada". Tânia recorda que ouviu "está tudo a arder. Quando levantei-me já não conseguia quase respirar, 'atirei' o meu filho de uma janela baixinha. O meu marido também se levantou mas já não conseguíamos fazer nada".
Quem deu conta do incêndio foi a mãe de Tânia Ferreira que foi ao quarto ver como estava o seu filho. "O meu irmão tem problemas do foro mental e, recentemente, deu-lhe uma crise que o deixou com dificuldades em dormir". A subir as escadas já estava "tudo preto".
Uma família que ficou "sem nada" e faz um pedido à comunidade. "Nós precisamos mesmo muito de ajuda, precisamos de reconstruir a nossa casinha, obrigada a tudo o que têm feito por nós do fundo do nosso coração". A família de Tânia Ferreira está alojada numa casa que lhes foi cedida e têm recebido "eletrodomésticos e muitas outras coisas. Ao mesmo tempo as pessoas têm feito angariações para nós conseguirmos reconstruir a casa".
Ficaram sem casa e sem bens e "traumatizados" . A filha da Lara, de treze anos, reagiu "muito mal. Ficou com medo de adormecer e de acordar com o fogo. Voltou à escola hoje, porque ao início não tinha nem um livro, nem uma caneta... O mais novo ainda não voltou porque a garganta está bastante inflamada".
A vítima com gravidade média foi o irmão de Tânia Ferreira que esteve "mais tempo no hospital devido a insuficiência cardíaca respiratória". Toda a família foi assistida no hospital por inalação de fumo.
No dia da ocorrência deslocaram-se ao local do incêndio oito veículos com 22 operacionais dos Bombeiros Voluntários de Nespereira, bem como a GNR e a VMER do Vale de Sousa. No local esteve ainda a Proteção Civil, representada pelo Eng. Carlos.
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