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Lousada
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“Uma pequena queda nunca vai ser o fim”: Afonso Meireles, de Lousada para Medicina com média de 19,7

Um número que simbolizou “a conclusão de um trabalho árduo realizado ao longo de três anos”, Afonso Meireles terminou o secundário com a melhor média da Escola Secundária de Lousada, 19,7.

Redação

A novidade “agradou imenso” ao estudante natural de Lousada, agora caloiro do curso de Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto.

“Ao longo da minha vida consegui sempre tirar boas notas e foi desde cedo que os meus pais cultivaram em mim esta capacidade de conseguir focar-me e dedicar-me aos estudos”, revelou o jovem lousadense. Visivelmente satisfeito pelo seu desempenho escolar ao longo dos anos, Afonso Meireles olha para as suas antigas escolas com carinho e diz mesmo: “Gostei de todas as escolas onde estive, foi onde criei laços importantes que me beneficiam imenso na minha vida”.

Encarando a escola como “uma parte essencial do crescimento dos jovens”, o estudante de Medicina via os estudos como “a minha profissão, não posso dizer que adoro a escola mas também não consigo dizer que a odeio”, acrescentou. Afonso Meireles acredita que: “nenhum aluno alguma vez vai dizer que adora a escola, a parte de estudar é algo que ninguém no fundo gosta de fazer mas é uma parte necessária da nossa vida que consegui incorporar no meu dia-a-dia”.

A importância dos estudos no secundário

Assim, quando entrou no secundário, o lousadense estava bem ciente da importância dos estudos para o seu futuro. “Ao longo do ano fomos constantemente informados do impacto desta fase para o nosso futuro e por isso, quando entrei já sabia que ia ter de construir uma boa média”, salientou o jovem de 18 anos.

O objetivo durante o secundário foi, então, bastante simples: “Tirar as melhores notas possíveis a todas as disciplinas para depois, no momento da decisão do meu futuro, não me sentisse limitado pelas minhas notas e que pudesse realmente entrar no que quisesse”.

Alcançar uma boa média implica trabalho e esforço, o que por vezes também se traduz numa certa pressão colocada nos alunos para tentarem obter os melhores resultados. “À medida que vamos criando um ritmo de boas notas, começa a haver uma expetativa que colocamos em nós próprios desta responsabilidade de criar uma boa média”, admite o antigo aluno da Escola Secundária de Lousada.

Quando as notas baixavam a pressão aumentava, mas Afonso Meireles tem noção de que “a preocupação com as notas e a responsabilidade dos estudos afetam todos os estudantes e não só aqueles que tiram boas notas”.

O método de estudo e a descoberta da vocação

Atingir as metas de estudo ao longo do ano pode, para muitos, ser um desafio e, nesse sentido, o aluno com a melhor média final do passado ano letivo explicou o seu método de estudo, desvendando parte do seu segredo para obter bons resultados. “O meu método principal foi o estudo contínuo, acho mesmo que uma das principais maneiras para tirar boas notas no secundário é exatamente esse estudo contínuo, não deixar a matéria acumular para trás”, desvendou o aluno com média de 19,7.

Enquanto ainda estava indeciso sobre o que escolher seguir no futuro, Afonso Meireles optou por seguir o curso de Ciências e Tecnologias, “o caminho que mais tarde vai ter uma variedade mais vasta de opções para o ensino superior”, justificou. Só mais tarde, no 12.º ano e através da Universidade Júnior, é que o lousadense acabaria por descobrir a sua vocação: a área da saúde. Influenciado também pela carreira dos pais, enfermeiros, quando chegou a altura de escolher um curso superior, na mente de Afonso já não restavam dúvidas de que Medicina era a escolha certa.

“Também tive sempre esse interesse de trabalhar no hospital, de ajudar as pessoas como os meus pais”, salientou. Entrando em Medicina no Porto como primeira opção, Afonso Meireles estava com a família quando recebeu o e-mail: “Foi um momento de grande felicidade, senti que todo o trabalho que tinha realizado ao longo do secundário tinha sido finalmente pago”.

Uma nova etapa e conselhos para o futuro

As aulas na universidade já começaram e o caloiro ainda não conseguiu pôr por palavras o começo desta nova etapa: “Ainda estou a processar essa mudança, estou bastante feliz por estar aqui mas é difícil de explicar o que sinto neste momento”.

Agora, ao embarcar nesta nova etapa, Afonso Meireles tem a oportunidade de refletir sobre estes anos de trabalho, de forma a deixar um conselho para todos os estudantes: “É importante conseguirmos manter a nossa vida e laços sociais”. Amigos e família são uma boa base para atenuar “os efeitos das pressões académicas, especialmente quando sofremos um pequeno percalço como uma descida de notas, não é o fim do mundo”.

Em conclusão, o lousadense deixa estas últimas palavras: “Tentem sempre manter uma vida para além da escola e dos estudos. Façam atividades com os amigos ou arranjem outra escapatória qualquer e, com o tempo, tentem perceber que uma pequena queda nunca vai ser o fim”.