berta magalhaes
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O ensino foi uma das áreas que mais alterações sofreu com a pandemia da COVID-19. A escola reinventou-se e passou para o meio digital durante os confinamentos necessários e algumas aprendizagens poderão ter ficado para trás. Esta segunda-feira assinala-se o Dia Internacional da Educação e o Jornal A VERDADE conversou com Berta Magalhães, diretora do Agrupamento de Escolas nº 1 de Marco de Canaveses.

“Em termos de aprendizagens, o ensino à distância não veio ajudar, trouxe algumas lacunas aos miúdos”, comentou, referindo, contudo, que permitiu também que os estudantes adquirissem “outras competências e obrigou, no fundo, a escola a reinventar-se e arranjar formas alternativas de fazer chegar a sua mensagem”.

Para a diretora, a pandemia veio demonstrar que a educação “é determinante” e que a escola “não tem só a vertente de transmissão de conhecimentos”. “Não é só o acompanhamento pedagógico, é outro tipo de acompanhamento e nós tentamos fazê-lo na medida do possível, mas isto é um mundo muito complexo, é um agrupamento muito grande, tem muitos alunos e tem realidades diferentes”, explica.

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Foto: DR

Esta ‘nova normalidade’ acabou por tirar “um bocadinho o foco daquilo que realmente é a educação”, pois há outras tarefas relacionadas com a COVID-19 que também precisam de ser realizadas pelas escolas. Ainda assim, Berta Magalhães defende que os jovens estão “ligeiramente diferentes”, mas que “se têm portado muito bem” e que demonstraram “um sentimento de solidariedade e pertença a uma família”.

“Houve muita gente que trabalhou mesmo muito para que os miúdos não fossem prejudicados. Na generalidade, as pessoas esforçaram-se muito para que os miúdos não ficaram para trás, mas com esse esforço acrescido, provavelmente, muita gente ficou também para trás a nível emocional”, admite.

Além disso, a responsável destaca ainda “a adesão muito grande” dos docentes a ações de formação relacionadas com as novas tecnologias que tiveram de ser implementadas em contexto de pandemia e o “esforço enorme” que foi feito para que estivessem “mais atualizados”.

“Julgo que temos ferramentas para fazer uma educação melhor. Temos que continuar a trabalhar e, no fundo, apostar noutro tipo de competências dos alunos, não continuar a apostar na questão das aprendizagens curriculares, apostar mais noutro tipo de competências que os miúdos são capazes de dar. Esta é uma boa geração. Acho que conseguimos, com estes miúdos, fazer uma educação melhor. Temos é que apostar em projetos, que eles aderem facilmente, temos que os motivar”, rematou.