maria lopes cortejo das flores
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A devoção a São Pedro no concelho de Felgueiras é já antiga, assim como a tradição do Cortejo das Flores, que todos os anos se celebra neste dia, 29 de junho. É, para a população, um dos momentos mais marcantes do ano, que alia a festa, a cor das flores e a devoção religiosa.

São milhares as pessoas que, cumprindo a tradição, sobem a pé o monte de Santa Quitéria, carregando cestos de flores que entregam à nossa senhora, como Maria Lopes que “há mais de 30 anos” participa no Cortejo das Flores. “Comecei a fazer parte desta tradição quando entrei no rancho infantil. Fui crescendo e continuei. Por isso, participo desde pequenina”, conta ao Jornal A VERDADE.

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Foto: São Pedro ’22 – Felgueiras

Aos 57 anos, Maria Lopes não se imagina “sem o cortejo que é a parte mais bonita das festas. Adoro participar e enquanto puder vou fazê-lo. Já tenho o bichinho dentro de mim e não vale a pena, isto vai ser até morrer”, frisa.

Se para o concelho este é um momento importante, para os que compõem o cortejo é ainda mais especial. Todos os anos, dezenas de grupos, em representação de freguesias, lugares ou associações do concelho ao longo do percurso, dançam e cantam, enquanto exibem os seus arranjos florais. “No meu caso, venho pelo Rancho Folclórico de Santa Luzia de Airães, freguesia de que sou natural”.

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Foto: São Pedro ’22 – Felgueiras

Ao Cortejo das Flores antecedem “muitos dias de trabalho e preparação” dos arranjos florais, dos trajes e das músicas que vão sendo cantadas ao longo da subida, enquanto os homens tocam instrumentos tradicionais, como harmónicas, concertinas, violas, tambores, cavaquinhos, ferrinhos e castanholas. “Antes quinze dias começamos com os ensaios, escolhemos as canções antigas que temos de trazer e vamos ensaiando. Dá muito trabalho, mas é com gosto que o fazemos, porque sem trabalho não se faz nada”

maria lopes

São geralmente as mulheres mais velhas que carregam à cabeça grandes cestos de vime decorados com flores, mas também as crianças dão brilho ao momento e perpetuam a tradição. “É importante continuar com este cortejo, porque faz parte da nossa identidade”, sublinha.

Quando começou a participar, Maria Lopes “já tinha várias pessoas na família” que lhe passavam este gosto. “As minhas tias e a minha mãe já participavam”, conta. Hoje, é a vez da sobrinha Isabel Lopes, que participa desde os cinco anos, seguir os passos da tia. “A minha menina vem sempre”, conta com orgulho.