cristina silva
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Para Cristina Silva e o marido o sonho da maternidade “intensificou-se” depois do casamento, mas viu-se adiado após um diagnóstico de infertilidade. “Quando casamos começamos a pensar em fazer crescer a família. Fizemos um estudo genético que diagnosticou um problema no cromossoma”, lembra a entrevistada, natural de Marco de Canaveses.

Foram “várias” as tentativas para engravidar, mas percebendo que de forma natural não conseguia concretizar o sonho, o casal decidiu recorrer à ciência. “Os médicos disseram-me que naturalmente teria sempre um feto inviável e desistimos, porque é uma situação exaustiva para a mulher”.

Seguiram-se tratamentos no Hospital de São João, no Porto, “mas sem frutos” para o casal que, “depois de um ano de espera”, viu o sonho ficar mais perto através de um programa de televisão. “Entretanto resolvi pedir ajuda através de uma carta para um programa de televisão, que em parceria com uma clínica conseguiram ajudar-nos”

Cristina Silva recorda um “processo complexo, de altos e baixos”, no qual a mulher “necessita de um apoio fundamental”, nomeadamente do parceiro. “Neste processo todo o apoio é pouco e o parceiro é um aliado fundamental. O meu marido esteve sempre ao meu lado e incentivou-me a seguir em frente, porque durante os tratamentos ouvi comentários, da família, que não esperava, como ‘deixa lá’, ‘não faças mais’ e ‘desiste’“.

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Durante os tratamentos, Cristina Silva destaca os profissionais de saúde, que ao longo da caminhada tiveram “um papel importante, desde médicos, enfermeiros, auxiliares, secretaria, tudo mesmo”.

Depois da luta e persistência, o sonho da maternidade ganhou forma e é com um “sentimento de alegria” que Cristina Silva lembra o momento em que viu nos seus braços o filho “tão desejado. É um sentimento, sobretudo, de uma batalha concluída, porque foram muitos anos a lutar por algo que queríamos muito”.

Entre o processo de tratamentos e o nascimento do filho, o casal foi criando expectativas, acalmadas pela clínica que “explicou o procedimento, qual a percentagem de sucesso e sempre me disseram que poderia correr bem ou mal”, conta Cristina, que manteve  a esperança nos momentos mais difíceis “pensando que depois de tanta coisa má, iríamos ter um bocadinho de sorte e que estávamos entregues em boas mãos. A clínica sempre nos deu apoio e continua a dar. Ligam sempre a perguntar se está tudo bem”, enaltece a marcoense.

Com o sucesso do tratamento e o sonho cumprido, o casal decidiu arriscar numa segunda gravidez e “iniciar um novo processo para dar um irmão à Alicia. Como os tratamentos correram tão bem, eu dizia ao meu Sérgio que não queria que a Alicia fosse filha única, porque ouvia filhos únicos a questionarem os pais com quem ficariam se eles morressem”.

Hoje com dois filhos, de seis e dez anos, Cristina aconselha outros casais com o mesmo sonho “a ter muita força e não desanimar. Sei que custa muito, por vezes surge a vontade de desistir, porque estamos cansados e exaustos, mas no fim, quando tudo tiver terminado e tiverem o filho nos braços, vão perceber que tudo o que passaram valeu a pena e todo o sofrimento foi pouco para a alegria que têm nos braços e que vão continuar a ter”.

Texto redigido com o apoio de Sara Ribeiro, aluna estagiária da Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro