guilhermina marco
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Um casal à frente do seu tempo, partilhando a vida a dois, dividindo todos os momentos, todas as conquistas e todas as dores. É desta forma que Guilhermina e …. Veríssimo vivem os seus dias e contam já 62 anos de casamento. Em entrevista ao Jornal A VERDADE, a D. Guilhermina, como é conhecida, conta um pouco da sua vida com o marido e também da sua história. 

Sempre gostou “de dançar e de passear” e estar parada nunca foi para ela. “Tinha quatro anos quando fiz o meu primeiro teatro. O meu pai pertencia aos bombeiros e a várias associações  e era preciso dinheiro. Então, fui ao teatro dizer as coisas que a minha mãe me ensinava para estar quieta. Os bombeiros encheram-se e repetiram seis a sete vezes, sempre com a casa cheia”, recorda.

Uma alegria e boa disposição que “já vem desde pequena” e que nunca perdeu. “Sempre fui assim, gosto de sair, de me divertir, de conviver… Não gosto de estar em casa sempre quieta, sem fazer nada”, garante.

Tinha o sonho de ser advogada, mas os pais queriam que fosse professora. Acabou por não seguir nenhuma das profissões. Conheceu o marido através de uns tios e, no ano de 1937 casaram. “Vim viver para o Marco. O meu marido teve 16 anos a chefiar a Fábrica do Papel, comprou uma parte da tipografia e, depois, comprou tudo”, conta. Um negócio que a fez ficar conhecida em todo o concelho de Marco de Canaveses. “Uso sempre chapéu devido a um problema de saúde, então toda a gente me conhece”, acrescentou.

O amor que partilha com o seu marido deu frutos e tiveram duas filhas. “Temos sido sempre felizes, dentro dos possíveis. O casamento tem muitos contras, mas temos feito tudo para nos fazermos felizes um ao outro”, sublinhou.

Um dos “segredos” deste casal é “fazer tudo juntos” e não há nenhuma aventura que não partilhem a dois. “Vamos para todo o lado juntos. Quando tínhamos a caravana, visitamos Portugal de norte a sul, fomos a Espanha, França e Itália. Fomos também a Marrocos, à Tailândia e ao Vietname, este foi também o país que mais gostei de conhecer”, afirmou Guilhermina Veríssimo.

Momentos que não são partilhados apenas nas viagens, mas que também são vividos em atividades em que participam os dois. “Andamos na Universidade Sénior do Marco de Canaveses. É importante para nós, para nos mantermos ativos. Gostamos muito de lá andar e de partilhar os momentos com os nossos colegas”, referiu.

Com o Carnaval a aproximar-se, chega também uma das alturas do ano que a D. Guilhermina mais gosta. “Se pudesse, andava todo o ano fantasiada. Adoro o Carnaval, gosto muito de dança e de pagode, mas com educação e princípios. O meu marido acompanha-me, mas fica mais reservado”, disse. 

Este ano, já tem “vários sítios para ir” e um deles é Ovar. “Na terça-feira de Carnaval vou para Ovar e venho na quarta–feira de manhã”, sublinhou.

Uma alegria que faz questão de levar para “todo o lado” e contagiar quem com ela se cruza. Contudo, há uns anos, teve o “maior desgosto” da sua vida: “perdi a minha filha mais velha. Foi muito difícil, pensei que também morria. Mas depois lembrei-me que ela gostaria que eu desse a volta por cima e que não perdesse a minha alegria, porque esta minha filha acompanhava-me muitas vezes. Então, decidi que, por mim e por ela, ia continuar a viver a vida com alegria e boa disposição”.

No pico da pandemia da COVID-19 em Portugal, Guilhermina Veríssimo teve também medo de perder o seu marido. “Foi operado e acabou por contrair a doença. Aí tive medo de ficar sem ele. Ninguém me dizia nada, mas sentia a tristeza da minha filha. Mas ele deu a volta por cima e conseguiu ultrapassar aquele obstáculo e conseguiu recuperar, quase a 100%”, recordou.

Apesar de todos os obstáculos vividos, o casal considera-se feliz: “nunca tivemos problemas na vida. Na parte matrimonial, também sempre fomos felizes. O meu conselho é que as pessoas poupem, conversem e que gozem um pouco a vida. Não me arrependo de nada na minha vida, sei que fiz de tudo para ser feliz e fazer os meus felizes. Assim como o meu marido. Agora, vamos voltar a visitar Portugal de norte a sul, os dois, juntos”, concluiu