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A velocidade e o desporto automóvel já rodeava Guilherme Pereira muito antes do piloto de 11 anos se tornar campeão ao volante de um kart.

O atleta natural de Baião, começou a competir nos campeonatos de karting aos nove anos e desde então “nunca mais parou”, adianta Adriano Pereira. O pai do jovem campeão revela que “tenho mais dois irmãos e uma irmã que também costumam correr. Normalmente somos quatro carros de corrida e fazemos rampas e rallys e essas coisas todas. O Guilherme praticamente nasceu dentro de um carro de rally”, diz em tom de brincadeira.

A verdade é que “mal o Guilherme nasceu começou logo a acompanhar-me a mim a os tios nas corridas, daí o vício dele pelas corridas”, admite o piloto mais velho.

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Impulsionado pela família o piloto de karts experimentou “o desporto pela primeira vez e gostou logo daquilo, depois surgiu a oportunidade de comprar o primeiro kart e quando ele começou a treinar vimos que o miúdo tinha jeito para a coisa”, recorda Ariano Pereira. A velocidade e os automóveis acabaram por contagiar mais um membro da família Pereira, algo que é tido como um motivo “de muito orgulho para todos nós”, acrescenta.

As competições nas pistas começaram a fazer parte da vida de Guilherme Pereira e pouco tempo depois de mostrar do que era capaz na pista foi contactado para juntar a equipa BRM que na altura “procurava um miúdo com talento e quando viram o Guilherme ficaram interessados nele”, diz o pai.

Um piloto “metódico e que gosta de fazer tudo bem“, Guilherme Pereira distingue-se da competição pelo seu “espírito competitivo, pela calma durante as provas e por uma habilidade nata que já nasceu com ele”, salienta a família. E a aptidão natural do campeão de karts torna-se aparente quando os mais velhos reparam “na falta de medo dele pela velocidade, se lhe puserem a máquina mais potente nas mãos ele explora-a ao máximo”, conta Adriano Pereira.

Talento e aptidão natural ajudam a ganhar campeonatos mas Guilherme Pereira não se descuida e leva a preparação para as provas muito a sério: “faço exercício físico e treino muito, tanto na pista como no ginásio, e depois alimento-me bem”. A componente física é “fundamental e é importante fazer bom exercício físico, ter uma boa alimentação e um bom descanso”, reforça o Pereira mais velho.

No entanto, o piloto de 11 anos revela que a maior dificuldades enfrentada pelos pilotos na pista é ” parte psicológica, às vezes é difícil manter a calma durante a corrida”. À semelhança da parte física o treino psicológico tem um peso valioso na prestação durante as provas e é algo “que é trabalhado junto do chefe de equipa e por nós”, esclarece Adriano Pereira.

Um desporto onde a vitória depende de muitos fatores fora do controlo dos atletas, por vezes as corridas não correm como desejado “e o Guilherme às vezes lida um bocadinho mal com essa parte, ele também ainda é uma criança. Mas quando ele começa a entrar em estresse a família está lá para o a ajudar”, assegura o corredor mais experiente.

No fundo “ninguém fica contente quando alguma coisa corre mal, nem o Guilherme nem nós, ele reage sempre um bocadinho mal, mas por exemplo, lembro-me de uma corrida em que ele estava a ganhar e de repente a cremalheira do kart partiu. Aí ficamos todos frustrados”, exemplificou.

As corridas de karts “é uma competição muito forte, cheia de disciplina e onde tudo é decidido à milésima”, uma modalidade onde “ninguém está ali para aliviar ou facilitar a vida ao adversário e para ganhar tem de estar tudo perfeito. Começando pelo piloto, a nível psicológico e físico e depois a máquina também tem de estar perfeita”.

Apesar de um momento ou outro de dificuldade, Guilherme Pereira esteve à altura do desafio e conquistou o título de campeão da sua classe no ano passado. A última corrida foi o ponto alto da competição e “até a minha mãe de 92 anos insistiu em ir ver a corrida dele, foi um dia de muito orgulho para nós todos”, completa Adriano Pereira.

A última época de competições viu Guilherme Pereira a lutar pelo pódio ao longo de todas as corridas, um esforço que lhe valeu o título de campeão e a chance de competir “na categoria Júnior que vai dos 12 aos 14 anos. Ele ainda tem 11, mas já vai entrar nessa categoria, porque ter sido campeão”.

Assim, a época que se avizinha traz ainda mais desafios mas confiante, o jovem piloto assegura que “vou fazer o meu melhor”.

Os karts são mais que um hobbie para esta família e Adriano Pereira salienta que a prática “de desporto é muito importante para os jovens aprenderem a ser metódicos e organizados e para mim os mais novos devem aprender estas coisas e de ganharem noções de princípios e regras”.

A modalidade ajudou Guilherme Pereira a crescer e “a maturidade é essencial no desporto, eles têm de amadurecer mais rápido para puderem continuar a competir e dessa necessidade eles também criam um novo equilíbrio psicológico”, concluiu o pai do atleta.

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