No dia 26 de novembro, Guilherme Magalhães vai dar início a uma nova etapa na carreira. Depois de uma temporada como treinador-adjunto / preparador físico dos finlandeses do IFK Mariehamn, o lousadense vai reforçar a equipa técnica do Madureira Esporte Clube, emblema tradicional do Rio de Janeiro que disputa o estadual Carioca.
Esta é a segunda experiência de Guilherme Magalhães no estrangeiro. No clube do Rio de Janeiro, o preparador físico irá integrar a equipa técnica do treinador português Daniel Neri, que já comandou a equipa na temporada anterior.
O lousadense começou a jogar futebol aos nove anos e fê-lo durante 24 anos. Quando entrou na universidade, aos 20, começou a conciliar a vida de jogador com a de treinador e, durante 12 anos, foi treinador principal de vários escalões. Neste percurso destaca o título de campeão (por duas vezes), no escalão de sub-19 e sub-23.
Mais tarde, decidiu que queria ingressar a tempo inteiro no futebol, enquanto preparador físico, e as portas abriram-se numa equipa do Campeonato de Portugal. Antes de partir para a Finlândia, estava no Pevidém SC.
Como surgiu a oportunidade de ir para o Madureira Esporte Clube?
A oportunidade surgiu através de um treinador com quem trabalhei no AC Vila Meã, no Campeonato de Portugal. Na fase inicial, antes de ser o treinador principal da equipa, fui preparador físico e o Daniel Neri estava connosco a estagiar para o Grau 3 de treinador. Ficamos com o contacto e fomos falando ao longo do tempo. Ele sempre disse que gostaria de trabalhar comigo e, este ano, surgiu a oportunidade de nos juntarmos e ir com ele para o Brasil.
A Finlândia foi uma boa 'montra' para novos desafios?
Sem dúvida. foi uma porta de entrada para um mundo em que quero continuar a estar e a evoluir. Agora, é usufruir do momento, porque a vida no futebol é mesmo assim, um dia estamos bem e no outro menos bem. Foi muito bom e aproveitei a oportunidade da melhor maneira.
Qual o balanço da experiência?
Foi espetacular. A Finlândia é um país lindíssimo, com pessoas espetaculares. O futebol é bastante evoluído para aquilo que estava à espera e surpreendeu-me pela positiva. Existe muito espaço para o futebol finlandês evoluir e eles têm condições para isso. Prevejo que, em pouco tempo, o futebol finlandês tenha um maior impacto na Europa.
O Brasil é um país com condições climatéricas diferentes da Finlândia e Portugal. Esse será, também, um desafio?
Sim, absolutamente. Tenho estudado para prevenir todas as situações que possa encontrar.
Está a valer a pena estar longe das pessoas e dos projetos que ficaram em Portugal?
É a pior parte. Estar longe de quem gostamos é o que nos deixa com algum 'pé atrás' na hora de partir. Passar dias menos bons sozinho também não ajuda e temos muito tempo para pensar nisso, o que faz com que coloquemos, constantemente, muitas questões a nós próprios. Mas penso que pelo o que estou a passar coisas boas me vão aparecer. Quem sabe, um dia, um bom contrato em Portugal, para poder usufruir de ambas as coisas, é para isso que trabalho.
Quais são as tuas expetativas para a segunda 'aventura' fora do país?
Tenho a expetativa de, mais uma vez, passar os meus princípios, tanto a nível profissional como da minha experiência. Aprender com novas culturas, com outras formas de estar. Criar mais bases, estudar ainda mais para poder fornecer a melhor metodologia no contexto em que vamos competir. Penso que quando mudamos, faz-nos ser melhores porque voltamos a estudar, para nos adaptarmos da melhor maneira ao local. Por isso a expectativa é muito elevada. Vou com muita bagagem para passar mas também abertura para aprender.
https://averdade.com/guilherme-magalhaes-assume-cargo-em-clube-da-primeira-liga-da-finlandia/