Em 2019, o “Grupo de Bombas” de Lousada saía à rua pela primeira vez. Crianças, jovens e adultos uniram uma “vontade coletiva” e juntas, 60 mulheres, animaram as ‘Festas Grandes de Lousada’.
“As miúdas da minha geração sempre gostaram muito de tocar esse tipo de instrumentos, nas festas de Lousada, mas tínhamos alguma dificuldade em juntar meia dúzia de raparigas. De um momento para o outro, houve um boom e as raparigas alinharam”, recorda Joana Cardoso, a fundadora do grupo.
As redes sociais foram o ponto de partida da formação das ‘Grupo de Bombas’ e para gerações de netas, filhas e avós e amigas espalharem a música pelas ruas da vila.
Apesar de “muito engraçada e divertida”, não foi uma tarefa fácil, confessa a fundadora. “Tivemos de arranjar um sítio grande e com espaço disponível à noite para ensaiar (Campo de Futebol de Boim) . Aí tivemos a ajuda fundamental de duas identidades: da União Cultural e Recreativa de Boim (UCRB) e dos nossos ‘padrinhos’, os LousadArrufar, um grupo de bombos de Macieira. Ajudaram-nos muito nos ensaios e a perceber para que instrumento cada uma de nós tinha mais aptidão”, conta ao Jornal A VERDADE.
Caixas e ‘bombas afinadas’, o grupo atuou, pela primeira vez, no primeiro dia das festas, uma quinta-feira. “Não havia um programa definido. Saímos à rua de forma espontânea, foi mesmo giro, porque as pessoas alinharam, foram atrás de nós”.
Fruto dessa animação, o convite para participar nas marchas “foi automático. Eu não queria, porque na altura tinha um restaurante e as mãos todas cheias de bolhas, mas elas queriam tanto que acabamos por participar”, revela Joana Cardoso.
Primeiro ano e duas atuações das ‘Bombas de Lousada’, “foi mesmo em grande”, relembra orgulhosamente a fundadora do grupo, que nem a pandemia o fez parar. “Vestidas à civil e com a máscara na cara, fomos para as ruas de Lousada e foi uma coisa mesmo simples. Em 2021 foi igual, fomos todas jantar e depois fizemos uma atuação muito pequenina e descontraída”.
Quando criou o grupo, Joana Cardoso tinha a perspetiva de lançar o mote para “a criação de vários grupos a partir deste. Quando alguém me liga a dizer que quer vir para o meu grupo, eu digo que a ideia não é fazer um grupo muito grande, mas sim vários”, explica.
Agora, em 2022, as festas Grandes de Lousada estão de regresso e com elas o ‘Grupo de Bombas’ também. “Este é o ano zero, voltamos a juntar-nos e nestas festas seremos 44 mulheres. A partir do momento em que souberam que íamos sair outra vez às ruas choveram chamada, mas tive de fechar as inscrições, senão é muita coisa: roupa (lenços e t-shirts), patrocinadores, instrumentos”, conta a fundadora.
Até aos dias da festa, o grupo reuniu-se, em três momentos, para ensaiar e alinhar o programa. “São pessoas de todas as freguesias. A mais nova é a Beatriz tem 11 anos, a mais velha é a Cidália Teixeira com 63 anos. Temos também duas meninas com menos de um ano que já têm a camisolinha e também vão acompanhar”.
Para Joana Cardoso o primeiro ano do grupo “foi épico. Não há vez como a primeira, éramos novatas na coisa”, mas neste regresso o grupo promete “voltar a trazer muita animação”.
As ‘Festas Grandes de Lousada’ começam esta quinta-feira, dia 28 de julho, e terminam na próxima terça-feira, dia 2 de agosto.
