Filipe Ferreira cumpriu, após dois anos de espera, a sua promessa de correr até ao Santuário de Fátima, uma viagem de 226 quilômetros que o atleta fez em 38 horas e 46 minutos de corrida e caminhada desde a sua casa em Marco de Canaveses até ao santuário.
O corredor do Marco 09 iniciou a sua peregrinação até Fátima no dia 11 de outubro acompanhado por cinco amigos, sendo que dois deles juntaram-se a este desafio e juntaram-se a esta corrida e os restantes acompanharam estes peregrinos para dar apoio.
Os jogadores Pedro Vieira e Martinho Colaço foram os dois amigos que "à ultima da hora quiseram alinhar nesta loucura e acabaram por ir comigo" conta Filipe Ferreira.
O peregrino realça ainda o papel da sua equipa de apoio, formada pelo irmão Dionísio Ferreira e os amigos Alexandre Moreira e Toninho Maia que tiveram um papel "fundamental, sem eles sem esse apoio e sem essas pessoas que iam comigo a correr teria sido impossível chegar lá porque é uma jornada longa".
Assim, os três atletas foram a "correr e a caminhar, quando tinha de ser, sempre seguido, tirando uma pequena paragem de meia hora para descansar um pouco", adianta Filipe Ferreira. Ao longo dos quase 300 quilómetros o grupo de peregrinos só parou para fazer as "paragens normais para comer mas tirando essas pausas foi sempre tudo seguido", realça o atleta.
O grupo acabaria por chegar a Fátima "no domingo tal como tínhamos pensado mas acabamos por arrastar o nosso prazo de chegada mais um bocadinho porque a parte final foi muito dolorosa", relata o jogador do Marco de Canaveses.
A longa jornada teve o seu peso nos peregrinos que começaram a sentir o pesar deste desafio depois do "acumular dos quilômetros e horas". Na primeira noite de viagem os jogadores conseguiram chegar até Oliveira de Azeméis um percurso que "é muito duro e ainda apanhamos chuva durante toda esta primeira noite que depois voltou a partir de Coimbra, na segunda noite", tendo depois continuado a chover "o que tornou tudo um pouco mais complicado".
Assim, depois de várias dificuldades o grupo conseguiu alcançar o seu destino "no domingo a previsão seria mais ou menos 35/40 horas, acabamos por fazer 38 horas e 46 minutos".
O corredor responsável por esta peregrinação recorda que "durante a jornada nós fomos tentando distrair-nos conversando de coisas alegres mas é difícil. São muitas horas e passa muita coisa pela cabeça e é óbvio que a nível físico quer queiramos quer não, mais hora menos hora, começamos a ficar extremamente fatigados".
Filipe Ferreira recorda esses momentos difíceis e revela o que o levou a conseguir superar este desafio: "a minha família sem dúvida, a minha esposa e o meu filho. Foram eles que me fizeram chegar lá porque quando estávamos a mais ou menos 15 ou 20 quilômetros do fim, passou-me mesmo pela cabeça desistir". O atleta revela que começou a sentir "dores insuportáveis" numa das suas pernas, que persistiram apesar do apoio de Alexandre Moreira, o massagista. "As dores continuavam muito fortes, já mal conseguia caminhar e tinha de me agarrar a eles sem dúvida para conseguir chegar ao fim", frisou o atleta.
No entanto, apesar dos obstáculos o grupo concluiu este desafio, "foi uma sensação indescritível sem dúvida", "estou feliz por ter conseguido e também pelas pessoas que foram comigo porque também para eles foi uma jornada incrível".
Concluída esta aventura FIlipe Ferreira revela que este esta experiência fica marcada pelo "grande espírito de camaradagem", "vivemos dois dias e meio que foram muito bem vividos e aproveitados em que fomos sempre com emoções à flor da pele".
O grupo do corredor do Marco 09 iniciou a sua jornada por volta das 22h00 no Marco de Canaveses e percorreu 226 quilómetros, quase sem pausas, para chegar ao Santuário de Fátima no domingo, dia 13 de outubro.
