No concelho de Paredes, alguns locais estão a ganhar nova vida através de um projeto europeu do Erasmus+, o “Graffiti Art Takes the Street”. Carlos Cunha, mais conhecido como Only Nasty 25, é de Recarei, no concelho de Paredes, e o único português que faz parte desta iniciativa.
Numa parede junto à linha do comboio, durante a semana passada, o artista soltou asas à imaginação e tentou representar o concelho “como um centro do universo, ali a soltar as energias e com um astronauta”.
No âmbito deste projeto, realizado numa parceria entre a Junta de Freguesia de Vilela e a Embaixada da Juventude, participam também artistas de: Macedónia (Eco Logic), Sérvia (Udruzenje Gradjana BUM) e Áustria (uniT GmbH). O pavilhão de Vilela é a tela escolhida para os trabalhos.
O objetivo é promover: “este tipo de arte, provando, assim, que a arte de rua pode ser realmente educativa e também enviar uma boa mensagem às nossas comunidades e sociedade”.
O graffiti surgiu há cerca de 23 anos na vida de Carlos Cunha, na escola que frequentava, em Campanhã. “Comecei a gostar do graffiti através de uma ‘crew’. Era a adrenalina e do convívio também”, comentou.
Há cerca de 17 anos, começou a identificar-se como Only Nasty 25. “Os meus desenhos – porque tudo começa no desenho, antes das tatuagens e dos graffitis – eram quase sempre ‘desagradáveis’ e daí o nome”, explicou.
Durante estes anos, tem feito também colagens e esculturas em xisto, tendo colocado alguns trabalhos em exposição.
Há cerca de dois anos, tornou-se algo “mais a sério”, conjugando com o seu emprego de tatuador e, por isso, já se trata de “uma realização pessoal depois de ver o trabalho feito”. Foram surgindo alguns convites para trabalhos em vários pontos do país, mas essencialmente na região.
Os temas que mais gosta de retratar são “a liberdade” e a “sociedade em geral” e o objetivo como grafiter é “conseguir levar vida disto, que não é muito fácil”.