Gonçalinho Garcia, atleta natural de Penafiel, está prestes a atingir o escalão Juvenil e a pisar novos tatames, incluindo no estrangeiro. Desde os dois anos que se tem dedicado à arte marcial e, aos 11 anos, tem pelo menos dois grandes sonhos: ser “o melhor do mundo” no Karate, mas também estudar para ser médico.
Tudo começou com o pai, professor e atleta de Karate, que veio de Lisboa para o Norte, mais tarde, conheceu Graça Sousa, a esposa e mãe de Gonçalo, que acabou por se tornar instrutora da Karate e, hoje, são uma família de karatecas. “É algo que nos une enquanto família porque acabamos sempre por ir os três”, partilha Graça Sousa, mãe do Gonçalo.
“Organização e disciplina” são duas palavras de ordem na vida do pequeno Gonçalo Garcia. Todos os meses tem competições, às vezes até duas ou três e, por isso, o tempo tem de ser bem gerido, algo que não parece ser difícil para o atleta.
Gonçalinho Garcia pisou um tatame tinha apenas dois anos, aos quatro mostrava desejo de competir e aos seis já participava na primeira competição. “Aos seis anos inscrevemos o Gonçalo no Open de Lisboa, onde foi defrontar meninos de 10/11 anos. Acabou por ganhar o primeiro combate e perder o segundo, mas foi mesmo uma aventura. Ele adorou a competição e, a partir daí, nunca mais parou”, conta.
O quase adolescente está prestes a completar 12 anos no dia 23 de fevereiro para, poucas horas depois, subir novamente a um tatame e competir no escalão Juvenil. Este aniversário permitirá também participar em mais competições fora do território nacional.
No Karate sonha ser “o melhor do mundo” e para isso treina sete dias por semana, às segundas no Clube de Karate da Maia com o Sensei Nuno Moreira, um dos atletas nacionais de referência, e os restantes dias treina com os pais em Penafiel e Alpendorada (Marco de Canaveses). Uma persistência diária que o levou a participar em mais de 300 combates e a atingir 57 pódios. “É preciso muita disciplina. Sou responsável, consigo conciliar tudo, tenho boas notas e ajuda-me muito porque é um escape”, confessa Gonçalo Garcia.
A par do Karate passou pela natação, futebol e trekking, mas só a arte marcial conseguiu-o ‘prender’. “O que mais gosto no Karate são as competições, fazer combates, mas também gosto do processo. Ganhar depende só de mim, é diferente de uma equipa de futebol”, explica, e, por isso, não falta a nenhum treino ou competição, mesmo quando está doente ou sem motivação, acredita que a “disciplina é o mais importante”.
Para além do Karate, o penafidelense é também apaixonado pelas disciplinas de Matemática e Educação Física e, para além de querer ser “o melhor do mundo”, espera seguir o ensino superior e vir a ser médico. “Quero muito, mas muito ser médico, porque gosto de tratar bem as pessoas… gosto de fazer o bem”.
Para quem pretende experimentar Karate, Gonçalo partilha que a modalidade ajuda a ter “disciplina, foco, persistência e concentração. É um desporto muito bom e faz muito bem à mente”.
A mãe acrescenta ainda que “há 14 anos que temos escolas em Penafiel e nunca nenhum atleta teve uma lesão. No Karate há muito controlo, só a partir dos 12 anos é que pode haver toques, mas é algo ligeiro, porque até aos 12 anos eles não podem tocar em competição, não há qualquer contacto físico”.
Os pais de Gonçalinho Garcia contam com 187 atletas espalhados pelo concelho de Penafiel e, ainda, alunos em Marco de Canaveses.
