Irmãs gémeas, Carolina e Diana Martins, nunca souberam o que era viver longe uma da outra até ao dia em que escolheram destinos universitários diferentes. Hoje, vivem e estudam separadas por alguns quilómetros de distância.
Depois de 12 anos "sempre a estudar juntas", as irmãs seguiram rumos diferentes e, se para Carolina é "estranho", para Diana é "uma forma de dar mais valor. Antes dizia que não era bom, mas agora que estou sem ela sinto saudades. Era muito melhor, porque tinha sempre uma companhia", confessa.
O "esforço" sempre as manteve unidas pela procura de "boas notas. Sempre nos esforçamos imenso, mesmo quando não contava para a média", garante Carolina.
Uma dedicação que se "acentuava à medida que íamos tendo melhores notas. Percebemos que éramos capazes e, isso, foi-nos dando mais gosto pelo estudo", revela a irmã.

Da escola para casa, as gémeas levavam a cumplicidade de irmãs que implementavam no estudo diário e que Carolina "adorava, porque qualquer matéria que não percebesse ela explicava-me e vice-versa. Este método de estudo, de explicar uma à outra, ajudou muito", garante.
Apesar das "discussões" que tinham "algumas vezes", também Diana só aponta vantagens na partilha do estudo com a irmã gémea. "Houve momentos em que discutíamos e íamos estudar para sítios diferentes, mas era bom e preferia estudar com ela. Uma incentivava a outra".
Unidas pelo 'sangue', a aliança manteve-se na distinção de melhores alunas da Escola Básica e Secundária de Freamunde. Carolina e Diana terminaram o ensino secundário com uma média final de 19,4 e 19,2 valores, respetivamente. Para este sucesso ambas apontam para "a boa relação com os professores. Gostamos de todos e eram excelentes. Isso foi muito importante", mas também para o dia sem estudo ao fim de semana "que tínhamos sempre, para termos tempo para nós e arejar a cabeça. Não pode ser só estudar todos os dias".

Tal como outros milhares de alunos portugueses, Carolina e Diana seguiram o ensino universitário, mas desta vez com escolhas diferentes. A primeira está a estudar Medicina Veterinária na UTAD, em Vila Real e confessa estar a "gostar de tudo. Pensava que ia ser pior, mas estou a adaptar-me bem. Desde o 10.º ano que tinha definido que queria este curso e esforcei-me para isso. No futuro, tenho como objetivo abrir uma clínica em Lisboa".
Já Diana optou por Medicina, na Universidade do Minho, em Braga. Um curso que queria "desde muito nova. Embora tivesse algumas dúvidas se seguia medicina, gestão ou algo relacionado com matemática, escolhi a primeira opção e estou a gostar. Profissionalmente, gostava de trabalhar em pediatria ou obstetrícia, mas a minha opinião ainda pode mudar até lá".
Seguiram-se duas novas etapas: a entrada na faculdade e a separação, pela primeira vez, destas duas irmãs, e para trás ficam as saudades. "Tenho saudades dela, é completamente diferente, porque tenho de estudar e perceber tudo sozinha", afirma Carolina.
Agora o contacto "é pouco. Falamos mais ao fim de semana, porque ela está na praxe, então não tem tempo para falar", explica Diana.
Embora feliz no percurso que escolheu, aconselha os que ainda estão no ensino secundário a "aproveitar que estão nessa fase, porque é muito mais fácil e eu não tinha essa noção". Depois "estarem atentos nas aulas, estudar regularmente e tirar sempre as dúvidas com os professores", conclui Carolina.